Especialista aponta que acordos políticos são alterados conforme surgem desafios e critica dificuldades do presidente da Câmara em encontrar equilíbrio em sua gestão Política, -transcricao-de-videos-, Alexandre Ramagem, Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro, Waack, William Waack, ww CNN Brasil
Em sua participação ao WW, Creomar de Souza CEO da consultoria Dharma, analisou o cenário político atual em Brasília, especialmente após a Câmara ter decretado a perda de mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). Segundo o especialista, a capital federal apresenta uma crescente disfuncionalidade do ponto de vista institucional.
De acordo com Creomar, os acordos políticos vêm sendo constantemente alterados conforme surgem novos desafios. “Eu creio que há uma diferença muito clara nessa Brasília, que é cada vez mais disfuncional do ponto de vista institucional, em que os acordos vão sendo alterados conforme os desafios vão surgindo pelo caminho”, afirmou.
O analista destacou as dificuldades enfrentadas pelo presidente da Câmara em sua gestão. “Aqui nesse aspecto eu acho que a gente precisa olhar com muita atenção as próprias dificuldades do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de conseguir encontrar um ponto de equilíbrio no que seria a sua gestão”, pontuou. Creomar mencionou uma conversa com um especialista em legislativo, que teria apontado como possível equívoco o desejo do presidente da Câmara de “ser amado por todos os grupos distintos que ocupam um ecossistema tão complexo”.
Mudanças de posicionamento
Creomar de Souza ressaltou as constantes mudanças de posicionamento na presidência da Câmara. “É uma presidência que algumas semanas havia dito que estava rompida com a oposição e com a base do governo e fechada sobre um núcleo de 270 deputados e que passado uma semana opta por fazer uma cassação administrativa de dois parlamentares, tenta uma reaproximação com o governo federal”, explicou.
O especialista contextualizou que todas essas movimentações ocorrem em uma conjuntura em que o foco principal dos atores políticos está nas eleições de outubro do próximo ano. “Tudo isso em uma conjuntura em que, não só para ele, mas para todos os outros atores eleitos, o que importa é o mês de outubro do ano que vem”, concluiu Creomar, sugerindo que o “dilema dos acordos é o constrangimento criado pela própria realidade”.

