Arranjo Contingente de Reservas coloca US$ 100 bilhões à disposição de países-membros para crises de liquidez Macroeconomia, Banco do Brics, BRICS, CNN Brasil Money, CRA, Cúpula dos Brics, FMI (Fundo Monetário Internacional) CNN Brasil
O Arranjo Contingente de Reservas, um mecanismo criado pelo Brics como alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em caso de crises financeiras, poderá ter sua primeira ampliação.
No segundo semestre, os países do grupo devem iniciar discussões sobre a adesão de outros sócios ao mecanismo, em um processo semelhante ao que já ocorreu com o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o Banco do Brics.
O Arranjo Contingente de Reservas — conhecido pela sigla em inglês CRA (Contingent Reserve Arrangement) — foi anunciado em 2014 como um suporte financeiro aos países do Brics em situações de falta de liquidez ou de crise no balanço de pagamentos.
Ele é visto como complemento, ou alternativa, a pacotes de apoio do FMI — que tem os Estados Unidos como principal cotista e costuma impor duras condicionalidades para quem precisa de empréstimos.
Nesta sexta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou medidas de austeridade fiscal e disse que elas não deram certo em nenhum lugar do mundo.
“A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficarem mais pobres”, afirmou Lula no Rio de Janeiro.
Normalmente, empréstimos do FMI são atrelados à adoção de medidas de ajuste fiscal, incluindo corte de gastos e reformas econômicas.
Ao mesmo tempo em que cobra uma reforma do FMI, o Brics criou o Arranjo Contingente de Reservas, que não precisou ser usado até hoje.
Os cinco primeiros países-membros do Brics colocaram à disposição da seguinte forma, em caso de necessidade, uma parcela de suas reservas internacionais para o arranjo:
- China (US$ 41 bilhões);
- Brasil, Rússia e Índia (US$ 18 bilhões cada um);
- África do Sul (US$ 5 bilhões)
Mesmo tendo antecipado a cúpula de líderes do Brics para julho, para evitar um engarrafamento com a COP30, o Brasil continuará na presidência do grupo durante o segundo semestre de 2025. A Índia assume a presidência rotativa em 2026.
Na segunda metade deste ano, a trilha de finanças do Brics deverá começar tratativas sobre a inclusão de mais países.
Árabia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã — que se juntaram posteriormente ao grupo como membros plenos — também são elegíveis a aderir ao Arranjo Contingente de Reservas.
Por enquanto, não se fala em abrir o mecanismo para outros integrantes de fora, diferentemente do NDB. O banco incluiu países como Argélia e Bangladesh– que sequer entram na categoria de parceiros do Brics — entre seus sócios, além de Egito e Emirados Árabes. A Colômbia também anunciou adesão ao banco.