A produção de baterias para carros elétricos no Brasil ainda caminha lentamente, com algumas empresas como BorgWarner e BYD realizando a montagem com peças importadas. Isto começará a mudar conforme os componentes começarem a ser feitos aqui e a BYD já está pronta para conseguir um deles, após adquirir os direitos para mineirar lítio em Minas Gerais.
Segundo a agência Reuters, que teve acesso a documentos públicos, a BYD conseguiu os direitos de dois lotes de terra, contabilizando 852 hectares (8,5 km²) em Coronel Murta (MG), no Vale do Jequitinhonha. O local faz parte do chamado “Vale do Lítio”, formado por 14 cidades na região norte do estado.
A adquisição dos direitos foi feita no final de 2023 por uma subsidiária da BYD chamada Exploração Mineral do Brasil, criada em maio daquele ano, com um investimento de R$ 4 milhões. Apesar disso, a Reuters revela que a subsidiária ainda não está em operação e está em uma “fase de pesquisa”.
Esta localização é estratégica por ficar a cerca de 825 km de distância de Camaçari (BA), onde fica a fábrica da BYD. O complexo receberá uma unidade para produção de baterias, em uma fase posterior do projeto – a prioridade agora é começar a montar os carros em SKD e, aos poucos, nacionalizar os veículos com uma fabricação completa.
Uma estimativa da consultoria A&M Infra aponta que o Brasil deverá crescer de 2% para 25% da produção global de lítio nos próximos anos. O país possui a quinta maior reserva mundial do mineral, ainda pouco explorado. Tanto o Ministério de Minas e Energia quanto o governo de Minas Gerais projetam aportes acima de R$ 15 bilhões no estado para a extração e produção de lítio.
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As reservas nacionais de lítio tem atraído outros potenciais investidores dos Estados Unidos, Arábia Saudita e China. Uma das vantagens do Brasil é o fato do lítio ser encontrado em rochas ígneas, chamadas pegmatitos, facilitando a mineração. Em países como Argentina e Chile, o minério está em salmouras evaporíticas.
Além da futura produção de baterias em Camaçari, a BYD já faz a montagem de módulos para ônibus elétricos na Zona Franca de Manaus (AM), que também poderia se beneficiar pelo uso do lítio nacional. Procurada por QUATRO RODAS, a fabricante não quis se manifestar sobre o assunto.
