Dono do estabelecimento havia alegado fuga do animal, mas confessou morte por hipertermia; outros três cães foram encontrados em condições precárias no local
Este conteúdo foi originalmente publicado em Cachorra desaparecida é encontrada enterrada em quintal de adestrador no RJ no site CNN Brasil. Rio de Janeiro, -agencia-cnn-, Animais, Cachorro, Calor, Maus tratos CNN Brasil
Uma cachorra que estava desaparecida há duas semanas após passar um período em um hotel para cães para ser adestrada, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi encontrada morta e enterrada no local.
O dono do estabelecimento, Sergio Dornelas, admitiu no último domingo (23) que Mia, uma golden retriever de 11 meses, morreu devido às altas temperaturas e que ele enterrou o corpo no quintal do hotel. Outros três cães foram resgatados do local em condições precárias.
Segundo a tutora de Mia, Francine Branchi, a cadela foi hospedada na “Mansão Pet” no dia 9 de janeiro. Inicialmente, era uma hospedagem de três dias, mas o adestrador sugeriu um serviço de 30 dias para treinar a cachorra.
Após o fim do prazo, Mário Sérgio ainda pediu para ficar mais 15 dias com a Mia para entregar ela “100% adestrada”.
Mia deveria voltar para casa no dia 14 de fevereiro, mas no dia 13 o adestrador ligou para os tutores para dizer que a cadela havia fugido. A partir desse momento, os tutores do animal iniciaram as buscas.
As buscas por Mia ganharam força com a participação do grupo “Nas Garras da Lei”, um projeto de voluntários da segurança pública para resgatar animais vítimas de maus tratos. As investigações do grupo revelaram inconsistências na versão do adestrador, levantando suspeitas sobre o desaparecimento da cachorra.
Após a pressão das investigações, Mário Sérgio Dornelas confessou o ocorrido na noite do último domingo (23). Ele ligou para os tutores e admitiu que Mia havia morrido devido às altas temperaturas e que ele havia enterrado o corpo no quintal da residência.
Com a confissão do adestrador, familiares e voluntários do grupo “Nas Garras da Lei” foram até o estabelecimento e desenterraram o corpo de Mia, confirmando sua identidade através da leitura do microchip, que funciona como um “CPF” do animal. O adestrador não estava presente no local.
A Polícia Civil, ao realizar buscas na casa do adestrador, encontrou outros três cães em condições precárias, sem comida e higiene. Os animais foram apreendidos e passarão por exames veterinários.
De acordo com a polícia, o corpo de Mia foi recuperado e será necropsiado para determinar a causa exata da morte.
O caso Mia gerou grande comoção nas redes sociais. A ativista Luisa Mell se manifestou sobre o caso, cobrando das autoridades medidas mais rigorosas de fiscalização em estabelecimentos que cuidam de animais.
A Associação Cinotécnica do Estado do Rio de Janeiro (CinoRio) divulgou uma nota de repúdio, condenando a conduta do adestrador e exigindo que as autoridades tomem as medidas cabíveis para que casos como este não se repitam.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o proprietário do hotel responderá por maus-tratos a animais e que o inquérito segue em sigilo para não prejudicar as investigações.
*Sob supervisão
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