Procedimento não é possível quando o câncer já cresceu muito ou se estendeu para vasos sanguíneos próximos Saúde, câncer de pâncreas CNN Brasil
O apresentador Edu Guedes passou por uma cirurgia no último sábado (5) para retirada de um câncer de pâncreas, conforme sua assessoria confirmou à CNN Brasil. Não há informações sobre o tipo de cirurgia feita por ele. Conhecido por ser um tumor bastante agressivo, ele pode ter um bom prognóstico se descoberto precocemente.
Existem diversos tipos de câncer de pâncreas. “O termo é usado de maneira genérica, contudo, ele se refere ao tipo mais comum da neoplasia – que se origina na parte exócrina do pâncreas – o adenocarcinoma, responsável por 90% dos casos. Já os demais tipos incluem casos mais raros, como os pancreatoblastomas e neuroendócrinos”, explica João Paulo Fogacci de Farias, oncologista da Oncoclínicas.
Existem diversas possibilidades de tratamentos para o câncer de pâncreas, e a cirurgia é considerada uma opção se o câncer crescer muito ou se estender para vasos sanguíneos próximos, de acordo com a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, considerada referência médica. Entenda, a seguir, quais as possibilidades de cirurgia para esse tipo de tumor e que outros tratamentos são possíveis.
Cirurgia para câncer de pâncreas
A cirurgia é o método de preferência para tratar esse tumor. “Nas últimas décadas, a cirurgia oncológica teve um grande avanço através de técnicas minimamente invasivas, o que leva a recuperação e reabilitação mais rápida do paciente. A cirurgia robótica em câncer de pâncreas é promissora, porém, estudos estão em andamento para comprovar sua segurança”, explica Farias.
Ainda de acordo com a Mayo Clinic, existem as seguintes operações usadas para tratamento do câncer pancreático:
- Cirurgia na cabeça do pâncreas: chamada de cirurgia de Whipple, ela remove toda a cabeça do órgão, bem como a primeira parte do intestino delgado e do ducto biliar. Pode ser necessário também retirar parte do estômago e linfonodos próximos;
- Cirurgia no corpo e cauda do pâncreas: nessa, remove-se essas partes do órgão, mantendo apenas a cabeça. Pode ser necessário também retirar o baço;
- Remoção completa do pâncreas: a pancreatectomia total é necessária quando o órgão inteiro é removido e pede reposição de hormônios e enzimas produzidas por ele.
Caso os vasos sanguíneos próximos tenham sido acometidos, pode ser necessário removê-los e reconstruí-los. Mas este procedimento é bastante complexo.
Contudo, entre 70% e 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado e inoperável, considera Farias, o que reduz muito a probabilidade de cura através dos tratamentos. Além da operação de retirada, outros tratamentos podem ser utilizados, como a quimioterapia (que costuma ser feita também antes da cirurgia, para redução do tumor, o que facilita sua remoção), radioterapia e medicamentos de terapia alvo.
Diagnóstico precoce é fundamental
O diagnóstico precoce é a melhor forma de viabilizar uma cirurgia com menor comprometimento do órgão. Lembrando que o pâncreas é responsável por produzir os sucos digestivos que serão enviados para o intestino e também o hormônio insulina, que controla a glicose no sangue.
Não há um teste padrão para detectar casos precoces de câncer de pâncreas, antes que as células cancerígenas se espalhem e quando a cirurgia é mais provável de ser útil. Em todo os Estados Unidos, equipes de pesquisa estão investigando maneiras de detectar casos precoces, com muitos recorrendo a testes de biópsia líquida baseados em sangue.
Quais são os sintomas de câncer no pâncreas?
Os principais sintomas que podem indicar câncer no pâncreas são:
- Icterícia (pele e mucosas amarelas);
- Urina escura (cor de chá-preto);
- Cansaço, perda de apetite e de peso;
- Dor no abdômen superior e nas costas.
O fato destes sintomas não serem específicos do câncer de pâncreas e estarem associados a uma variedade de doenças diferentes contribui para que boa parte dos casos recebam diagnóstico tardio da doença.
É importante ressaltar que o diagnóstico de diabetes, que atua como fator de risco para a doença, também pode anteceder a descoberta do câncer.
Para confirmar o câncer de pâncreas, é preciso realizar exames de imagem – como ultrassonografia (convencional ou endoscópica), tomografia computadorizada, e ressonância magnética – ou exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno carboidrato Ca 19.9.
É o laudo obtido após uma biópsia de material que define o diagnóstico de neoplasia (o crescimento de um tumor).
*Com informações de Fernanda Pinotti e Jacqueline Howard, da CNN
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