Tito Gusmão vê mercado desiludido com medidas voltadas ao curto prazo e esperando um candidato mais fiscalista para próxima eleição Macroeconomia, Cenário fiscal, CNN Brasil Money, Governo Lula, Mercado Financeiro, Warren CNN Brasil
Olhando para medidas como a alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o fim da isenção de Imposto de Renda para títulos incentivados, o CEO da Warren Investimentos, Tito Gusmão, avalia que o governo está optando por “tomar decisões de curto prazo para tapar buracos”.
Gusmão reconhece que o objetivo de controlar a inflação e o fiscal no curto prazo pode ser alcançado, contudo, o custo seria grande para o médio/longo horizonte. O CEO da Warren compartilhou o caminho que aponta ser o certo para garantir um crescimento sustentável.
“A filosofia que acredito é de um governo cada vez mais enxuto e eficiente, que usa isso como ferramenta de crescimento da economia. Precisa ter um fiscal cada vez mais robusto e uma economia cada vez mais pujante”, afirmou em entrevista ao Capital Insights desta quinta-feira (31).
Parceria entre o CNN Money e a Broadcast, o programa entrevista semanalmente referências do mercado financeiro para discutir o cenário econômico do Brasil e do mundo. O Capital Insights vai ao ar toda quinta, às 19h, no CNN Money.
Com a retirada dos incentivos a títulos como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), Gusmão ressalta que não só é desestimulado o investimento neles, como é travado o fomento a essas indústrias, que perdem suas fontes de financiamento.
O resultado disso, além da desaceleração destes setores, é o desemprego neles.
Nesse sentido, o CEO da Warren Investimentos vê parte dos investidores desiludidos com o governo Lula e já precificando em suas apostas a candidatura de um político que olhe mais para a questão fiscal.
“Fala-se muito sobre o trade eleitoral, dando nome aos bois: [o governador de São Paulo] Tarcísio [de Freitas, Republicanos]. Isso eventualmente viria com a filosofia de um estado fiscalmente mais disciplinado. Tem impacto nos bastidores, por mais que a gente esteja longe ainda da eleição, na nossa visão”, pontuou Gusmão.
“O mercado é uma realização hoje antecipando o que pode acontecer na frente, a gente olha com toda atenção para isso. […] A gente está olhando e tomando decisões com base nisso, mas é cedo para falar o que vai acontecer.”
Publicado por João Nakamura, da CNN, em São Paulo
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