Última escola a anunciar seu enredo foi a Acadêmicos de Niterói, que estreará na elite homenageando o presidente Lula Entretenimento, #CNNPop, Carnaval, Escolas de Samba, Rio de Janeiro (capital) CNN Brasil
As 12 escolas que compõem o Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro já definiram seus enredos para o ano que vem. Os temas vão desde o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) até a trajetória da carnavalesca Rosa Magalhães e do mestre Ciça.
No Carnaval deste ano, a Beija-Flor de Nilópolis foi a grande campeã e conquistou seu 15º título homenageando Laíla, um dos maiores sambistas de sua história. O desfile assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo conquistou nota máxima, deixando a Grande Rio na segunda colocação com 269,9 pontos. A escola da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mergulhou no universo do Carimbó para contar a história de Mariana, Jarina e Herondina, as Belas Turcas; e a Cabocla Jurema, que, conforme escreveu a agremiação no anúncio, “personifica a própria floresta”.
Quem ocupa o lugar da rebaixada Unidos de Padre Miguel é a Acadêmicos de Niterói, que desfilará pela primeira vez no Grupo Especial após conquistar o título da Série Ouro deste ano.
Confira aqui a ordem dos desfiles do Carnaval 2026.
Veja abaixo os enredos de todas as escolas do Grupo Especial do Rio para 2025:
Acadêmicos de Niterói
A Acadêmicos de Niterói anunciou que seu enredo para o Carnaval de 2026 será “Do alto do mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil”. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins e o enredista Igor Ricardo.
“A história de luta do primeiro operário a virar presidente da República do país será contada pela Acadêmicos de Niterói […] a agremiação campeã da Série Ouro vai levar momentos marcantes da vida de Luiz Inácio Lula da Silva para a Marquês de Sapucaí”, escreveram nas redes sociais.
“O título do nosso enredo traz a referência de uma árvore do agreste pernambucano, que era o ‘brinquedo’ predileto do nosso personagem na infância. A partir disso, vamos contar a história de vida de um garoto que sai do Nordeste, chega na grande metrópole, São Paulo, ganha consciência política, lidera diversas greves e se torna o primeiro presidente da República sem diploma do Brasil”, disse Martins.
Imperatriz Leopoldinense
O tema escolhido pela Imperatriz Leopoldinense para 2026 foi o cantor Ney Matogrosso. O enredo, batizado de “Camaleônico”, vem para celebrar um dos mais importantes cantores da MPB, exaltando “a obra e a virtuosidade performática do intérprete de sucessos como ‘Sangue Latino’, ‘Rosa de Hiroshima’, ‘O Vira’, ‘Homem com H’ e ‘Metamorfose Ambulante’”, conforme escreveu a escola em publicação nas redes sociais.
O responsável por desenvolver o desfile que acontecerá na Sapucaí, é o carnavalesco Leandro Vieira, que, de acordo com a escola, “segue em seu propósito de ancorar em seus carnavais leopoldinenses a diversidade da cultura brasileira”.
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Portela
No próximo desfile, a Portela fará uma homenagem a Custódio Joaquim de Almeida, mais conhecido como Príncipe Custódio.
Figura histórica e espiritual do Benin, na África, ele marcou a cultura afro gaúcha no século 19. Ainda hoje, o homenageado é apontado como o principal responsável pela estruturação do Batuque, religião de matriz africana local.
Batizado de “O Mistério do Príncipe do Bará – A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”, o enredo assinado por André Rodrigues busca romper a centralização de narrativas afro-brasileiras no eixo Rio-Bahia, explorando assim a força da ancestralidade na região do sul.
Estação Primeira de Mangueira
A Mangueira promete mostrar as tradições afro-indígenas da Amazônia ao trazer a história do Mestre Sacaca, um grande curandeiro do estado do Amapá.
“Mestre Sacaca do Encanto Tucuju — O Guardião da Amazônia Negra” será conduzido pelo carnavalesco Sidnei França, que vai para o segundo ano na verde e rosas, e pelos pesquisadores Sthefanye Paz e Felipe Tinoco.
“Evocamos a força das populações tradicionais, bebendo da sabedoria ancestral de um dos seus maiores expoentes, quem nos guia por essa Amazônia Negra do povo e do jeito Tucuju: Mestre Sacaca. Sob os pés do amapazeiro, é ele um Xamã Babalaô!”, diz o texto postado nas redes sociais da agremiação.
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel terá a cantora Rita Lee, que morreu em 2023, como enredo para o Carnaval de 2026.
O enredo “Rita Lee, A Padroeira da Liberdade” será desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage, que voltou à agremiação para o Carnaval de 2025. “Rita Lee representa um grito de independência musical, estética e de comportamento”, afirmou o artista ao Bom Dia Rio, telejornal local da TV Globo.
Beija-Flor de Nilópolis
A escola da Baixada Fluminense vai falar sobre o Bembé do Mercado, candomblé de rua de Santo Amaro de Purificação, no Recôncavo Baiano.
O desfile da agremiação será novamente assinado por João Vitor Araújo, carnavalesco responsável pelo desfile sobre Laíla que levou a azul e branco de Nilópolis ao título no Carnaval deste ano.
O Bembé do Mercado é o maior candomblé de rua do mundo e reúne, todos os anos, no dia 13 de maio, mais de 60 terreiros de religiões de matriz africana em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. Realizada desde 1889, ano seguinte à assinatura da Lei Áurea, a celebração “reafirma a ocupação do espaço público pelo povo preto — desde quando a liberdade ainda era apenas uma utopia”, conforme diz o texto publicado pela escola em suas redes sociais.
Unidos do Viradouro
A Unidos do Viradouro terá o comandante de sua própria bateria, Mestre Ciça, como enredo para o Carnaval de 2026.
Essa será a primeira vez que a tricampeã do Carnaval carioca referenciará um de seus baluartes. Ciça comandou a bateria da Viradouro de 1999 a 2009 e voltou ao posto que ocupa até hoje em 2019. O anúncio surpreendeu o mestre da bateria Furacão Vermelho e Branco, que ainda não sabia que tinha sido escolhido para ser enredo da escola.
“Um sambista em essência, corpo e espírito. Um professor nato, que é a irreverência em pessoa, e que tem como marcas a ousadia e o profissionalismo. É o talento em movimento”, diz o texto que a escola publicou em suas redes sociais. “Mas será que todos reconhecem a grandeza real desse personagem? O seu verdadeiro tamanho? Um dos maiores sambistas da história será reverenciado da forma mais emocionante possível.”
Unidos da Tijuca
A escola de samba Unidos da Tijuca irá homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus no Carnaval de 2026. O título do enredo será o nome da própria homenageada, considerada uma das principais vozes na literatura brasileira.
Segundo comunicado, o título do enredo, que é o nome da autora, é alvo de dúvidas e confusões. Por isso, a necessidade de afirmar sua identidade e de colocar em lugar de direito a “escritora que foi favelada” ao invés de “favelada que escrevia”.
“A agremiação desfraldará, feito pavilhão engalando, o lenço que foi a prisão imagética de Carolina, coroando-a de livros, recortes e poesias, num reencontro sensível e emocionante com a sua literatura visceral, verdadeira e comovente”, explica o carnavalesco Edson Pereira.
Paraíso do Tuiuti
No próximo ano, a agremiação de São Cristóvão levará “Lonã Ifá Lukumi” para a Marquês de Sapucaí, com a ideia de apresentar a vertente religiosa afro-cubana.
O título será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. Em 2024, a amarela e azul finalizou a apuração com a 9ª classificação, após explorar a história de Xica Manicongo, primeira mulher trans do Brasil.
Unidos de Vila Isabel
A Unidos de Vila Isabel levará para a Marquês de Sapucaí um enredo sobre Heitor dos Prazeres no Carnaval de 2026.
“Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África” é de autoria dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad e do enredista Vinicius Natal. A dupla, inclusive, fará sua estreia na escola de Martinho da Vila após uma passagem pela Grande Rio.
“O enredo que eu, a Unidos de Vila Isabel, sonhei e vou contar a vocês celebra as memórias e os percursos de ‘um homem do povo’, multiartista, sambista, inventor, embaixador, sonhador de uma nova-velha África, uma África que se abraça no coração do Rio de Janeiro. Os lugares e as gentes sonhados por ele reinventam ritos e ritmos — uma África imaginada, bordada em estamparias, pintada em poemas, telas e partituras”, diz o texto divulgado pela agremiação em suas redes sociais.
Acadêmicos do Grande Rio
Depois de fazer muito mistério, a Grande Rio anunciou que levará para a Sapucaí um enredo sobre o manguebeat, movimento cultural brasileiro que surgiu em Recife, Pernambuco, no início dos anos 90, misturando ritmos regionais como o maracatu com rock, hip-hop, e música eletrônica. Seu objetivo era “antropofagizar” influências globais e locais, criando uma sonoridade única e um discurso crítico sobre a desigualdade social e o descaso com o meio ambiente.
“Caxias, chegou a hora de seus mangueboys e manguegirls. Vamos vestir o manifesto das margens e coroar seus meninos caranguejos. Vamos fincar nossas lanças e nossas antenas na lama. Nosso mundo livre começa agora. Salve o Manguebeat!”, escreveu a escola em suas redes sociais.
Acadêmicos do Salgueiro
Os Acadêmicos do Salgueiro vão levar um enredo sobre a carnavalesca Rosa Magalhães, que morreu em julho de 2024, para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2026.
“A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, do bacalhau e do pirata da perna-de-pau” será desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira, que chegou à escola para o Carnaval de 2025, e pelo enredista Leonardo Antan. Allan Barbosa e Ricardo Hessez também fazem parte da equipe criativa da agremiação.
“O Salgueiro convida todos os amantes de Momo para homenagear uma das maiores artistas do nosso país. Seu legado vai desfilar em cada figurino, cada alegoria, na batida do tamborim furioso e seguirá ensinando, a nós brasileiros, milhões de histórias fascinantes”, escreveu o Salgueiro na legenda da publicação em que anunciava Rosa Magalhães como enredo.
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*Com informações de Carol Ferreira e Giovana Christ, da CNN
Como surgiu o Carnaval e por que ele se tornou tão popular no Brasil