De acordo com Ministério Público, pais negligenciaram busca por atendimento médico Rio Grande do Sul CNN Brasil
A Justiça do Rio Grande do Sul tornou réus os pais de Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, por homicídio culposo. O pai da criança também vai responder pelos crimes de estupro e ameaça.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), entre o fim de abril e o dia 8 de maio, os réu deixaram de adotar as providências necessárias diante do agravamento do quadro de saúde da filha. A denúncia aponta que, dias antes de morrer, a menina apresentou dor de ouvido, dores abdominais, diarreia, otite e dificuldade respiratória. E que, “mesmo diante do evidente sofrimento da vítima, os pais negligenciaram a busca por atendimento médico”.
A menina teria permanecido acamada e sem alimentação adequada, chegando a cair dentro de casa e apresentar hematomas e inchaço no braço.
O MPRS afirma que somente no dia 7 de maio, quando a menina já não respondia mais aos estímulos, a mãe decidiu levá-la ao hospital em São Gabriel, Região Central do Estado. Devido a gravidade dos ferimentos, a criança foi transferida para um hospital em Santa Maria. Lá, morreu em decorrência de insuficiência respiratória, sepse e pneumonia necrotizante, conforme laudos periciais.
“Em razão dessa demora na busca de atendimento, a menina foi piorando, ocorrendo pneumonia severa, sofrendo de alta dificuldade respiratória e a generalização da infecção, o que, finalmente, levou-a a óbito”, disse o promotor de Justiça, Mauricio Arpini Quintana.
O pai também deve responder por estupro de vulnerável e por ameaças à companheira. De acordo com a investigação, entre março de 2023 e maio de 2025, ele praticou atos libidinosos contra a filha. E, em três ocasiões, ameaçou a companheira. Em uma das vezes, usou uma faca em direção à mulher, depois de ser repreendido por seu comportamento abusivo com a filha. Segundo a denúncia, as ameaças foram praticadas para garantir a impunidade dos estupros.
O casal chegou a ser preso em flagrante suspeito de ter causado a morte da criança. Contudo, no dia 19 de maio, a mãe teve o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça.
A Defensoria Pública, responsável pela defesa dos dois, informou que só deve se manifestar nos autos processo.
