De acordo com Artigo 107, inciso I, do Código Penal brasileiro, morte do autor de um crime extingue a pretensão punitiva do Estado Paraná, -agencia-cnn-, Curitiba, Homicídio, Polícia Civil CNN Brasil
A investigação sobre a morte da sul-africana Anne Leigh Mckenzie, de 27 anos, encontrada morta com dois tiros na cabeça em um apartamento no bairro Batel, em Curitiba, pode ser arquivada. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) considera essa possibilidade porque o principal suspeito da morte de Anne, o americano Ian Alexandrre Bruder Hay, de 30 anos, também morreu.
De acordo com o Artigo 107, inciso I, do Código Penal brasileiro, a morte do autor de um crime extingue a pretensão punitiva do Estado. Isso significa que, mesmo que o crime tenha sido cometido, o Estado, por motivos óbvios, perde o direito de processar e punir o indivíduo falecido.
Anne e Ian foram encontrados mortos no último dia 19 de julho, mas seus corpos foram descobertos no dia 20 de julho, após uma criança no apartamento de baixo notar sangue escorrendo pelas paredes. A polícia acredita na hipótese de que Ian atirou em Anne e, em seguida, tirou a própria vida.
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O que é pretensão punitiva?
A pretensão punitiva do Estado refere-se ao direito que o Estado tem de processar e punir um indivíduo pela prática de um crime.
De acordo com o Artigo 107, inciso I, do Código Penal brasileiro, a morte do autor de um crime extingue essa pretensão punitiva do Estado. Esta disposição legal está contida no Título VIII do Código Penal, que trata da Extinção da Punibilidade.
Outras formas pelas quais a punibilidade pode ser extinta, conforme enumerado no Artigo 107, incluem:
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Morte do agente
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Anistia, graça ou indulto
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Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso
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Prescrição, decadência ou perempção
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Renúncia do direito de queixa ou perdão aceito
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Retratação do agente
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Perdão judicial
Sul-africana morta em Curitiba: entenda circunstâncias do crime
Sobre o crime
Anne Leigh Mckenzie chegou ao Brasil um dia antes de ser assassinada na região central da capital paranaense. Ela já havia visitado o Brasil em março de 2025, passando por Santa Catarina e registrando sua ida à praia no Campeche, em Florianópolis, e passeios a cavalo em suas redes sociais.
A relação entre Anne e Ian era conturbada. Eles se conheceram em 2024, quando Anne visitou um ex-namorado nos Estados Unidos. Em 31 de outubro de 2024, Anne denunciou ter sido vítima de uma tentativa de homicídio nos EUA, relatando em uma vaquinha online que foi mantida em cativeiro, agredida e ameaçada por Ian Hay em Houston.
As agressões teriam resultado em três fraturas na coluna e um corte profundo na têmpora. A família de Anne não tinha detalhes profundos do relacionamento, comunicando-se principalmente por videochamadas.
No apartamento em Curitiba, a polícia apreendeu uma pistola, munições, carregadores com extensores, um carregador caracol, cocaína, seringas e balanças de precisão, além de celulares, computador, canivete, relógios e joias.
Esses materiais estão sendo analisados para determinar a dinâmica e a motivação do crime. A delegada Magda Hofstaetter afirmou que a polícia ainda aguarda a conclusão da perícia para fechar o inquérito e encerrar as investigações.
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