Juiz responsável pelo caso deve dar as próximas instruções ao júri apenas na segunda-feira (30) Entretenimento, #CNNPop, Sean Combs, Sean Diddy Combs CNN Brasil
Contents
Nesta sexta-feira (27), foi a vez da defesa do rapper Sean “Diddy” Combs apresentar seus argumentos finais no julgamento, com o advogado Marc Agnifilo liderando a apresentação.
Na quinta-feira (26), a promotoria já havia apresentado seus argumentos finais de acusação do rapper.
Confira abaixo os principais pontos levantados pela defesa durante a exposição desta tarde:
- Instrução corretiva: Antes do retorno do júri, a promotora Maurene Comey abordou o juiz sobre três questões presentes nos comentários de Agnifilo até o momento. Ela disse que ele pediu indevidamente ao júri que considerasse por que os promotores acusaram um determinado indivíduo de extorsão, afirmou que o vídeo do InterContinental mostra uma agressão leve e disse que ele sugeriu indevidamente que Combs foi acusado de crimes como incêndio criminoso e sequestro, quando, na verdade, esses crimes estão incluídos como predicados da acusação de extorsão. A juíza deu ao júri uma instrução corretiva após seu retorno.
- “Falsa persona”: Agnifilo caracterizou Mia, ex-assistente de Combs que testemunhou que ele a agrediu sexualmente, como tendo assumido uma “falsa persona” enquanto estava no banco das testemunhas, afirmando que a pessoa animada no vídeo de aniversário que o júri assistiu é a verdadeira personalidade de Mia. Ele também disse que o depoimento de Mia sobre a agressão sexual que Combs a teria sofrido era falso. “Não se tratou de contato sexual indesejado”, disse Agnifilo, acrescentando que foi consensual.
- Disputa por drogas: Não há evidências que sustentem a alegação do governo de que Combs, com sua empresa, conspirou para distribuir ou portar com a intenção de distribuir uma substância controlada, disse Agnifilo. “Ele obviamente tem um problema com drogas”, disse Agnifilo, acrescentando que, embora seus assistentes tenham recolhido drogas para ele, “o propósito desses negócios e empreendimentos não tem nada, nada, nada a ver com conseguir drogas para ele”.
- “Escolha de estilo de vida”: Agnifilo disse que a vida sexual de Combs e Ventura “não era apenas tráfico sexual”, mas sim “swing” e que era uma “escolha de estilo de vida” entre os dois. As evidências, disse Agnifilo, eram “esmagadoras” de que Ventura queria participar dos “Freak Offs”. Ele então leu em voz alta algumas mensagens sexualmente explícitas que Ventura enviou a Combs, fazendo referência aos encontros para ilustrar seu ponto. “Não havia nada que lhe dissesse que isso era contra a vontade dela”, acrescentou.
- Disputa por estupro: Agnifilo disse ao júri que, embora Combs não seja acusado de estupro e que o júri não precise levar isso em consideração, ele “não pode” deixá-los pensar que Combs estuprou Ventura em 2018, como ela alegou no depoimento. Agnifilo contestou a cronologia apresentada por Ventura sobre o momento exato em que tudo aconteceu, argumentando que ela alterou a data para esconder o encontro de seu atual marido, que havia descoberto. “Ela mente e diz que foi estuprada”, sugeriu Agnifilo.
- Os vídeos: Agnifilo reconheceu que Combs pode ter ameaçado divulgar vídeos dos “Freak Offs” “de tempos em tempos”, mas disse que “não há a mínima chance de Sean Combs divulgar um desses vídeos”. Agnifilo também disse que os vídeos dos “Freak Offs” demonstram “intimidade genuína” e que ele não acha que Combs seja a única pessoa “na América fazendo pornografia caseira”.
- Questionando a diferença: Jane, a ex-namorada de Combs que testemunhou sob um pseudônimo, concordou em passar “noites de hotel” com ele, independentemente de arrependimento posterior, argumentou Agnifilo, usando uma mensagem de texto de Jane para ilustrar seu ponto. “O governo disse que não está dizendo que todas as ‘noites de hotel’ eram tráfico sexual. Bem, então quais eram e como Sean Combs deveria saber a diferença?”, acrescentou.
- Um gesto gentil: Agnifilo descreveu o fato de Combs ter pago pela casa de Jane como um “gesto de gentileza” que não deve ser interpretado como um catalisador para o tráfico sexual. Combs, disse ele, cuidou de Jane e de seu filho dessa maneira e continua pagando pela casa, mesmo com Jane tendo testemunhado contra ele. “Eles fizeram um acordo e ele o manteve”, disse Agnifilo.
- Limites estaduais: O governo ligou apenas para dois homens que fizeram sexo com Ventura durante o “Freak Offs”, disse Agnifilo, e questionou por que o governo não ligou para nenhum homem que supostamente fez sexo com Jane. Ele acrescentou que os dois homens testemunharam que não são prostitutas e não cruzaram as fronteiras estaduais para encontrar Cassie Ventura e Combs, apesar de terem recebido dinheiro deles posteriormente.
- Sem conspiradores: Agnifilo reconheceu que nenhum outro conspirador foi indiciado junto com Combs e afirmou que o governo não tem nenhum conspirador que tenha testemunhado para provar a acusação de conspiração para extorsão contra ele. Ele criticou especificamente o governo por não ter chamado nenhuma testemunha do círculo íntimo de Combs, incluindo Kristina Khorram, ex-chefe de gabinete de Combs, que foi citada diversas vezes durante o julgamento. Agnifilo descreveu Khorram como uma funcionária prestativa, querida por todos.
- Em conclusão: Agnifilo concluiu dizendo ao júri que a coisa certa a fazer era absolver Combs de todas as acusações contra ele. “Ele não é um mafioso… ele está ali, inocente”, disse Agnifilo, apontando para Combs. “Devolvam-no à sua família, que o espera.”
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da CNN Internacional