Magnata do hip hop é acusado de agressão sexual por múltiplas vítimas; ele nega as acusações
Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso P. Diddy: julgamento de Sean Combs começa nesta segunda-feira (12) no site CNN Brasil. Entretenimento, #CNNPop, Agressão Sexual, julgamento, Sean Combs CNN Brasil
O julgamento por tráfico sexual do magnata do hip-hop Sean “Diddy” Combs deve começar com as declarações iniciais na segunda-feira (12), com os promotores preparados para argumentar que o fundador da Bad Boy Records usou a fama e fortuna para abusar de mulheres. A defesa deve contra-argumentar que não há nada de criminoso em um estilo de vida “swing”.
Ao longo de um julgamento de dois meses, espera-se que os jurados ouçam depoimentos de três e possivelmente quatro das acusadoras do rapper, bem como de seus ex-funcionários que, segundo os promotores, ajudaram a organizar e encobrir suas ações.
Combs, de 55 anos, se declarou inocente de cinco acusações criminais de conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição. Se condenado em todas as acusações, ele enfrenta uma sentença mínima obrigatória de 15 anos e pode pegar prisão perpétua.
Na segunda-feira, espera-se que o júri de 12 jurados e seis suplentes seja finalizado, abrindo caminho para as declarações iniciais do governo e, em seguida, da defesa. A acusação então chamaria sua primeira testemunha.
As alegações de abuso sexual nas acusações criminais apresentadas contra Combs pelo escritório do Procurador dos EUA em Manhattan no ano passado, bem como mais de 50 ações civis movidas contra ele a partir de novembro de 2023, tornaram-o o mais recente homem poderoso na indústria do entretenimento a ser acusado de má conduta sexual na esteira do movimento #MeToo, que encorajou as mulheres a se manifestarem sobre o abuso.
Combs é conhecido por transformar artistas de rap e rhythm and blues como Notorious B.I.G. e Mary J. Blige em estrelas e, no processo, elevar o apelo mainstream do hip-hop na cultura americana nas décadas de 1990 e início de 2000.
Nascido no bairro do Harlem, em Manhattan, e criado por uma mãe solteira, Combs passou a viver em mansões em Miami e Los Angeles e a dar festas luxuosas para a elite cultural em destinos como os Hamptons e Saint-Tropez.
Os promotores dizem que seu sucesso ocultava um lado sombrio. Ao longo de duas décadas, Combs usou violência e ameaças para forçar mulheres a participar de performances sexuais de dias, movidas a drogas, com profissionais do sexo masculinos conhecidos como “Freak Offs”, de acordo com a acusação.
Combs costumava assistir às performances, masturbar-se e filmá-las, às vezes usando as gravações como chantagem para garantir que as supostas vítimas não denunciassem seu abuso, dizem os promotores. Em um incidente de 2016 capturado por imagens de vigilância de um hotel que os promotores planejam mostrar ao júri, Combs foi visto chutando e arrastando uma mulher enquanto ela tentava sair de um “Freak Off”, dizem os promotores.
A CNN Internacional transmitiu no ano passado imagens que pareciam mostrar Combs agredindo sua ex-namorada, a cantora de rhythm and blues Casandra Ventura, em 2016, no corredor de um hotel em Los Angeles. Combs se desculpou depois que o vídeo foi ao ar.
Cassie entre as primeiras testemunhas
Ventura, conhecida profissionalmente como Cassie, está entre as primeiras testemunhas esperadas para depor contra Combs.
Os advogados de defesa de Combs devem argumentar que a atividade sexual descrita pelos promotores foi consensual e dizer que não há nada de ilegal em um estilo de vida “swing” no qual Combs e suas namoradas ocasionalmente traziam uma terceira pessoa para seus relacionamentos.
Sua estratégia no julgamento dependerá de minar a credibilidade das mulheres que depuserem contra Combs, inclusive argumentando que elas foram motivadas por dinheiro para acusá-lo de irregularidades e têm memórias não confiáveis.
Marc Agnifilo, advogado principal de Combs, disse que o incidente do hotel de 2016 retratou as consequências de uma disputa por infidelidade e não era evidência de tráfico sexual. Em uma audiência judicial na sexta-feira, Agnifilo disse que Ventura tinha histórico de violência doméstica, enfraquecendo o argumento dos promotores de que ela era uma vítima.
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