Diretor de cooperação internacional da PF esclarece procedimentos para inclusão de nomes na lista vermelha da Interpol e extradição de procurados pela justiça Política, -transcricao-de-videos-, internacional, politica, Segurança CNN Brasil
A Polícia Federal (PF) encaminhou na quarta-feira (4) pedido de inclusão do nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha da Interpol. Segundo apurou a CNN, a organização já recebeu o pedido.
A ação da PF atende à determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
No entanto, o processo de extradição de foragidos internacionais envolve uma série de etapas e avaliações técnicas, conforme explicado por Felipe Seixas, diretor de cooperação internacional da Polícia Federal, em entrevista à CNN.
Seixas esclareceu que a Interpol é um dos principais mecanismos para a captura de foragidos internacionais, mas não é o único.
A organização, com 196 países associados, utiliza a chamada “difusão vermelha” para alertar sobre possíveis foragidos em todo o mundo.
Processo de inclusão na lista da Interpol
O diretor explicou que, ao receber uma ordem judicial, a Polícia Federal analisa se os requisitos da Interpol estão preenchidos antes de encaminhar o pedido.
Em seguida, o processo segue para Leon, na França, onde é feita uma análise técnica e uma série de consultas para verificar se os requisitos são atendidos.
Um dos pontos cruciais nessa avaliação é a natureza política do caso. Seixas ressaltou que a Interpol é cautelosa para evitar se tornar instrumento de perseguição, seja ela política, racial ou militar.
“A Interpol preza por essa cautela para não se tornar um instrumento de eventual perseguição”, afirmou.
Busca ativa e cooperação internacional
A Polícia Federal mantém uma unidade dedicada à busca ativa de foragidos, tentando encontrar indícios de suas localizações. Quando há suspeitas, inicia-se uma cooperação bilateral com o país em questão. A presença de adidos policiais em 22 países facilita essa cooperação.
Seixas ressaltou que a PF não tem poder de polícia fora do Brasil, dependendo sempre da cooperação com autoridades de outros países para localizar e processar a extradição de foragidos.
Critérios para extradição
O diretor também esclareceu que a dupla incriminação, quando o ato é considerado crime tanto no Brasil quanto no país onde o foragido se encontra, é relevante para o processo de extradição, mas não necessariamente para a inclusão na lista da Interpol.
Para a difusão vermelha, são considerados outros requisitos, como a gravidade do crime.
“Tem que ser um crime um pouco mais grave, não pode ser um crime com uma pena muito baixa”, explicou Seixas, acrescentando que crimes violentos facilitam a inclusão na lista.