Um homem de 40 anos foi agredido na saída de um bar na Vila Planalto no último sábado (7/12). Câmeras de segurança flagraram a ação.
O vídeo mostra o homem agredido e uma amiga conversando com outros dois rapazes. De repente, um deles dá um soco no rosto da vítima, que cambaleia e cai no meio da pista.
Em seguida, pessoas que viram a cena correram para socorrer o rapaz e impedir que carros viessem a atropelá-lo enquanto ele estava no chão.
Assista:
A vítima detalhou a dinâmica do ocorrido. “Na saída do bar, meus amigos e eu estávamos nos organizando para ir a outro evento de samba, e esse cara apareceu com um amigo, dando em cima da nossa amiga. Durante a conversa, ele soltou piadas homofóbicas”, alega ao Metrópoles o homem, que pede para não ser identificado.
“Estávamos todos alcoolizados, mas ele usou termos chulos, como ‘viado’ e ‘bicha’ em um tom ofensivo, fazendo graça. Nós trocamos xingamentos e ele me agrediu”, relata a vítima.
O homem conta que desmaiou na hora. “Fui levado ao Hospital de Base e levei três pontos no queixo. Na queda, ainda quebrei um dente”, afirma. Em seguida, quando acordou, ele teria sofrido intimidação. “Depois de me agredir, o autor ficou dizendo que era militar, para nos ameaçar.”
Assustada, a vítima lamenta o ocorrido, mas faz questão de destacar que o bar no qual estavam não teve culpa no caso. “Até a agressão, estávamos tendo uma noite perfeita: música boa, bebida gelada, gente legal. Costumo ir [ao local] muitas vezes, isso nunca havia ocorrido”, comenta.
CDH pede apuração
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encaminhou, nessa segunda-feira (9/12), ofício à Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) pedindo apuração dos fatos ocorridos no sábado.
No documento, a CDH informa que a vítima acredita ter sido vítima de homofobia. “[O homem] foi informado pelos amigos e pessoas presentes de que o agressor teria tido postura e dizeres homofóbicos, e que a agressão teria sido resultante de homofobia”, diz o ofício.
“Solicitamos apuração do caso. Desde já, a Comissão de Direitos Humanos se coloca à disposição para acompanhar a execução das medidas propostas”, afirma a demanda, assinada pelo presidente da CDH, o deputado distrital Fábio Felix (PSol).
Lesão corporal e ameaça
A vítima registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), e a 5ª Delegacia de Polícia (área central) vai investigar o caso, inicialmente, como crime de lesão corporal e furto — o homem perdeu o celular, o boné e um fone quando caiu após levar o soco.
No momento, a 5ª DP busca apurar as versões de suspeito e vítima. “Vamos querer saber como começou”, afirma ao Metrópoles o delegado-chefe Wellington Barros. “As partes precisam falar o que houve.”