Paulo Niemeyer analisa a crescente utilização da inteligência artificial na sociedade e seu potencial impacto na mente humana
Este conteúdo foi originalmente publicado em “Cérebro passa por momento de ameaça da IA”, diz neurocirurgião a Kalil no site CNN Brasil. Saúde, -transcricao-de-videos-, CNN Sinais Vitais, Dr. Roberto Kalil, Inteligência Artificial, saude, tecnologia CNN Brasil
O neurocirurgião Paulo Niemeyer, diretor do Instituto Estadual do Cérebro no Rio de Janeiro, compartilhou suas perspectivas sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no cérebro humano durante participação no CNN Sinais Vitais, com doutor Roberto Kalil.
Niemeyer iniciou a discussão afirmando: “Eu diria que o cérebro está passando um momento de grande ameaça, que é a substituição pela inteligência artificial”. No entanto, ele rapidamente esclareceu que não acredita que essa substituição realmente ocorrerá.
O especialista traçou um paralelo histórico, lembrando que temores semelhantes surgiram com o advento de outras tecnologias. “Quando surgiu a internet, achou-se que ninguém mais ia ao cinema, quando surgiu a televisão ninguém mais ia ao cinema, surgiu a internet, todo mundo achou que ia ser um desastre, e isso tudo tem um lado muito positivo”, explicou.
O futuro da interação entre IA e cérebro humano
Niemeyer abordou as especulações sobre a era “pós-humanista”, onde alguns teorizam que a IA poderia desenvolver consciência e suplantar os seres humanos. Ele descartou essas ideias como “exercícios de ficção”: “Acho que isso jamais vai acontecer, acho que o nosso cérebro vai continuar sendo o mestre e vai produzir muito mais com o auxílio da inteligência artificial”.
O neurocirurgião também discutiu as possíveis aplicações da IA no tratamento de doenças neurológicas, como o Alzheimer. Ele destacou como a tecnologia já auxilia pacientes a acessar informações que não conseguem lembrar, mas pontuou uma limitação atual.
“O que o indivíduo não consegue buscar é o que aconteceu com ele, por exemplo, ele não consegue dizer o que ele comeu no almoço naquele dia, porque essa informação não está no Google”.
Olhando para o futuro, Niemeyer especulou sobre a possibilidade de armazenar memórias autobiográficas em sistemas computadorizados. “Acredito que a inteligência artificial vai chegar a esse nível de ter dentro dela as informações pessoais, a sua vida lá dentro”, disse ele, imaginando um cenário onde as pessoas poderiam acessar suas próprias memórias através de um “passaporte, uma senha, um chip”.
Concluindo, o neurocirurgião enfatizou a importância da privacidade nesse cenário futurista, sugerindo que tais informações pessoais deveriam ser “disponíveis apenas para você”, permitindo um domínio completo sobre a própria memória.
Este conteúdo foi originalmente publicado em “Cérebro passa por momento de ameaça da IA”, diz neurocirurgião a Kalil no site CNN Brasil.