Gabinete do secretário de Defesa divulgou lista de assuntos sobre os quais os funcionários do governo Trump agora precisam de aprovação antes de debater com o Congresso Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, EUA, Pentágono, Venezuela CNN Brasil
O gabinete do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, divulgou uma ampla lista de tópicos sobre os quais os militares americanos agora precisa obter aprovação prévia antes de discutir com o Congresso.
Essa lista inclui todas as “operações militares sensíveis” e ataques militares dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas na América Latina, de acordo com pessoas familiarizadas com as diretrizes mais recentes.
A orientação foi emitida após a confusão em torno de um memorando inicial de Hegseth que proibia todo o pessoal do Departamento de Defesa, incluindo comandantes militares, de falar com o Congresso ou legisladores estaduais, a menos que tivessem recebido aprovação prévia do escritório de assuntos legislativos da agência.
A lista de tópicos que agora “exigem coordenação prévia” com o gabinete de Hegseth antes de qualquer interação com o Congresso inclui:
- Operações militares sensíveis do DoW [Departamento de Guerra];
- Atividades marítimas do Departamento de Guerra na área de responsabilidade do Comando Sul (incluindo operações reforçadas de combate ao narcotráfico);
- Domo de Ouro/Defesa Antimíssil Nacional;
- Reforma de Aquisições;
- Munições Críticas;
- Estratégia de Defesa Nacional.
Outros tópicos incluem planos de gastos com orçamento e reconciliação; minerais críticos; reforma das Vendas Militares Estrangeiras; AUKUS, uma parceria de segurança trilateral entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos; incidentes anômalos de saúde, também conhecidos como “Síndrome de Havana”; e Spectrum, que se refere ao espectro eletromagnético que sustenta as operações militares e outras funções-chave do governo dos EUA.
A CNN entrou em contato com o Departamento de Defesa para obter um comentário.
O deputado republicano Don Bacon afirmou no sábado que a política representava “mais uma manobra amadora” do secretário, que estava fazendo com que os militares “tivessem medo de se comunicar” com os legisladores.
“Fui comandante por cinco vezes e nossa liderança QUERIA que interagíssemos com membros do Congresso”, ele publicou no X.
“Queríamos compartilhar o que nossos excelentes aviadores estavam fazendo. Estávamos orgulhosos do nosso serviço. As novas regras criaram uma grande barreira entre os militares e o Congresso. O Pentágono diz que a mudança é muito pequena. Mas eu já vejo o impacto, com os militares com medo de se comunicar. Esta é mais uma atitude amadora”, completou.
As novas diretrizes surgem num momento em que o Congresso se mostra cada vez mais frustrado com a falta de respostas do Pentágono sobre as operações militares dos EUA no Caribe e no Pacífico.
Na sexta-feira, o presidente e o membro de maior hierarquia do Comitê de Serviços Armados do Senado, o senador republicano Roger Wicker e o senador democrata Jack Reed, divulgaram publicamente duas cartas que haviam escrito a Hegseth no último mês, buscando esclarecimentos sobre as operações.
Os parlamentares afirmaram que ambas as cartas permaneceram sem resposta. Os democratas saíram de uma reunião informativa na quinta-feira furiosos com a ausência de advogados do Departamento de Defesa para responder a perguntas básicas sobre a justificativa legal dos ataques.
Hegseth, cujo mandato tem sido marcado por vazamentos, tomou uma série de medidas para controlar mais rigorosamente as informações desde o início deste ano, incluindo a proibição da maioria das interações entre pessoal do Departamento de Defesa e grupos de discussão, jornalistas ou outros eventos e conferências externas.
Dezenas de jornalistas entregaram seus crachás no mês passado em vez de assinar um documento produzido pelo Pentágono que incluía restrições ao seu trabalho.

