Pequim suspendeu a compra de aeronaves da Boeing e criou restrições para exportação de metais raros
Este conteúdo foi originalmente publicado em China busca mecanismos para encurralar economia dos EUA no site CNN Brasil. Macroeconomia, China, Guerra tarifária, Tarifas, William Waack CNN Brasil
Em um novo capítulo da guerra comercial entre EUA e China, Pequim suspendeu a compra e entrega de aeronaves da fabricante americana Boeing, segundo informações da Bloomberg. O governo de Xi Jinping também criou novos controles de exportações para metais e ímãs usados em tecnologias de defesa e energia nos EUA.
Segundo o Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, as restrições para seis metais de terras raras vão resultar em uma pausa nas exportações da China – causando problemas nas cadeias de produção americanas.
Um dos setores mais atingidos será o militar, já que a fabricação de armamentos, drones e outros itens depende dos minerais chineses. Pequim detém 61% da produção global dos metais, enquanto os americanos produzem apenas 15%.
Empresas de tecnologia, como Apple e Nvidia, também seriam afetadas pelo uso do minério na produção de chips. Um bloqueio nas exportações chinesas seria capaz de paralisar as fabricações de placas de vídeo e smartphones.
Pequim também bloqueou a compra de aviões fabricados pela Boeing. A empresa é a maior exportadora dos Estados Unidos e já passa por dificuldades financeiras e operacionais que prometem ser agravadas pelo bloqueio.
Isso porque a China é uma grande fatia do mercado da aviação. Dos 130 aviões entregues pela montadora neste ano, 18 foram destinados às companhias aéreas da China. E até 2030, 5% da produção da Boeing seria destinada a Pequim. Um bloqueio às entregas seria ainda mais custoso, já que é quando a fabricante recebe a maior parte dos pagamentos.
A Boeing já sofria com impactos da primeira guerra comercial de Trump, em 2019, quando também viu reduzir a quantidade de encomendas chinesas. Desde esse período, a empresa acumulou US$ 51 bilhões em prejuízos.
O bloqueio das compras chinesas fez as ações da Boeing recuarem mais de 2% nos índices de Nova York. Por sua vez, os papéis da brasileira Embraer e da francesa Airbus, as principais concorrentes da montadora americana, fecharam em alta.
A expectativa é que a China se concentre em aeronaves das duas companhias para suprir o bloqueio. Nos últimos meses, Pequim mostrou interesse em aviões da Embraer, que já opera cerca de oitenta aeronaves no país.
A montadora brasileira tenta ocupar o espaço da aviação regional na China, dominada neste momento pelo Boeing 737.
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