Temperaturas podem atingir 40 °C negativos e os níveis de oxigênio são extremamente baixos dentro da nuvem Internacional, China, Nuvem CNN Brasil
Um homem chinês de 55 anos escapou da morte após ser levado inesperadamente por uma forte corrente de ar para a atmosfera superior durante um voo sobre as Montanhas Qilian — atingindo uma altitude de 8.598 metros sem oxigênio em temperaturas congelantes.
Peng Yujiang realizava um teste de rotina de equipamento no sábado (24) em um local de treinamento a cerca de 3 mil metros acima do nível do mar, na província de Gansu, noroeste da China.
Ele compartilhou a história de sobrevivência com o China Media Group (CMG).
“Eu tinha acabado de comprar um cinto de parapente usado e queria testá-lo. Então, eu estava fazendo um teste de paraquedas no solo. Depois de um tempo, o vento aumentou repentinamente e me levantou no ar. Tentei pousar o mais rápido possível, mas não consegui”, relatou Peng.
O que começou como uma sessão tranquila rapidamente se tornou perigoso quando uma súbita onda de vento o puxou para nuvens cumulonimbus que se formavam rapidamente.
Apesar de tentar descer, ele ficou preso no sistema de nuvens.
Especialistas explicaram que Peng foi pego um fenômeno raro e perigoso conhecido como “sucção de nuvens” — uma condição em que fortes correntes ascendentes convectivas levam parapentes a altitudes extremas.
Dentro dessas nuvens, as temperaturas podem atingir 40 °C negativos e os níveis de oxigênio são extremamente baixos.
Sem máscara de oxigênio e com o rosto exposto, ele suportou condições congelantes. Cristais de gelo se formaram em seu rosto, corpo e equipamento.
Suas luvas não estavam totalmente fechadas, deixando as mãos de Peng dormentes e quase congeladas. Mesmo assim, ele conseguiu controlar o parapente usando sua bússola e a comunicação por rádio com seus companheiros de equipe.
“Eu me vi cercado por nuvens cumulonimbus e [fiquei] preso lá dentro. Foi assustador — tudo ao meu redor era branco. Sem a bússola, eu não saberia para onde estava indo. Pensei que estava voando em linha reta, mas, na verdade, estava girando. Por fim, consegui voar em direção ao nordeste”, comentou.
“Assim que saí das nuvens, fiquei muito animado porque havia sobrevivido. O momento mais assustador foi quando tentei sair da espiral e falhei, e quando o velame despencou. Ainda é assustador pensar nisso. Não tenho certeza sobre o futuro, mas por enquanto, definitivamente não voarei por um tempo”, adicionou.
Ao analisar seus dados de voo, Peng ficou chocado ao saber que havia atingido 8.598 metros — uma altitude muito maior do que havia percebido no ar. Ele suspeita que possa ter perdido brevemente a consciência durante a descida.
Peng pratica parapente há quatro anos e meio e possui uma licença de nível B — a segunda categoria da China em um sistema de cinco níveis, que exige pelo menos 20 dias de experiência de voo e um mínimo de 40 voos individuais.
A associação provincial de esportes aeronáuticos de Gansu divulgou um relatório na quarta-feira (28), afirmando que o teste do paraquedas em solo não requer aprovação prévia e que a experiência de Peng foi um acidente totalmente imprevisto.
No entanto, Peng recebeu uma suspensão de voo de seis meses, já que o local do voo e o espaço aéreo não haviam sido aprovados com antecedência.
