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Com declínio de Bolsonaro e Lula, tarcisismo ganha força para 2026

Última atualização: 30 de junho de 2025 12:03
Published 30 de junho de 2025
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Há pouco mais de um ano, em 17 de junho de 2024, escrevi nesta coluna um texto intitulado “’Tarcisismo’ substitui bolsonarismo, põe Lula contra a parede e ameaça seu mandato”. Era uma referência aos movimentos então incipientes para emplacar uma suposta terceira via para as eleições presidenciais de 2026 que fosse também um “bolsonarismo light”.

Muito antes da revolta parlamentar que infligiu ao Planalto sua maior derrota na semana passada com a derrubada do aumento do IOF, escrevi que “a direita tenta a todo custo encerrar o governo Lula 3 antes da hora” e que “o establishment abraçou com entusiasmo a ideia de que um bolsonarismo ‘light’ é melhor do que ter a centro-esquerda democrática no poder”.

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Mas o que é o tarcisismo, uma referência ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, preferido dos mercados, jornalões e até mesmo de certa classe média baixa para liderar a terceira via de fachada? Reduzir tal movimento ao bolsonarismo é um equívoco analítico-sociológico considerando a notória capacidade de atração que o tarcisismo exerce sobre setores de centro que foram essenciais para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotasse Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Exatamente há um ano, em 30 de junho de 2024, defendi em entrevista ao Diário de Notícias, de Lisboa, que Tarcísio já se punha como herdeiro de Bolsonaro, conquistando não apenas os cinco Bs que sustentaram a chegada do capitão à Presidência — o “bife”, representando (latifundiários e pecuaristas), a bala (militares e polícias), a bíblia (evangélicos e conservadores), a branquitude (o Centro-Sul, em que predominam descendentes de europeus) e a boçalidade (radicais que perpetraram, por exemplo, o 8 de janeiro) —, mas também atraindo os órfãos do PSDB com o discurso tecnocrático-liberal que os tucanos venderam enquanto eram alternativa de poder e o malufismo. Tal como Paulo Maluf, Tarcísio apresenta-se em São Paulo como um tocador de obras e linha dura em matéria de segurança pública.

Ainda na entrevista ao Diário de Notícias, disse que Tarcísio “pode captar, portanto, o eleitorado de Simone Tebet, não ela, que é ministra do Lula, mas os 4% que ela obteve em 2022”. Num cálculo grosseiro, caso o atual presidente dispute a reeleição, ele tenderia a ficar com cerca de 47% dos votos válidos num eventual segundo turno, contra 53% de Tarcísio, proporção de votos correspondente à soma do percentual obtido por Bolsonaro em 2022 (pouco mais de 49%) mais aquilo obtido por Tebet.

Se esse exercício de futurologia se confirmar, Lula encerrará sua carreira política da forma que iniciou sua busca pelo Planalto: 53% a 47% foi o resultado das eleições de 1989, em que o hoje condenado Fernando Collor chegou à Presidência contra o petista.

Dentre os governadores de direita que figuram entre o rol de presidenciáveis, Tarcísio larga na frente por comandar o estado que ainda concentra um terço do PIB e quase um quarto do eleitorado, além de contar com a unção do ainda líder da extrema direita brasileira. Isso sem falar no apoio do centrão, representado sobretudo pelo endosso desde sempre do chefe do PSD Gilberto Kassab às pretensões presidenciais de Tarcísio.

No último ato de afronta às instituições, realizado neste domingo (29) na avenida Paulista, Bolsonaro parece ter jogado a toalha ao dizer para meros 12 mil a 16 mil presentes que “nem preciso ser presidente”. Tarcísio estava lá, de camisa azul da seleção, num claro exercício de semiótica que remete sobretudo às cores históricas dos tucanos com os quais, historicamente, podiam-se ter todas as discordâncias políticas, exceto lhes impor a pecha de golpistas.

A “pele” do governador-presidenciável pode até mudar, mas seu status como filhote do bolsonarismo é fato, tanto que são fortes os rumores de formação de chapa em que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja sua vice.

À esquerda e ao centro que não se deixa seduzir por golpistas, engana-se quem pensa que a agenda de Estado mínimo, com destruição das instituições e da ordem constitucional de 1988, e capturável por oligarquias, milícias e similares —consequência lógica da coalizão que sustenta o tarcisismo — não ressoa no andar de baixo.

Na quinta-feira passada (26), num vagão da linha 3-vermelha do Metrô de São Paulo, uma passageira de 51 anos ao meu lado conversava com outra quando lacrou a seguinte pérola: “é o que falo para meu filho: vai estudar para não ser CLT na vida”.

Explica-se o desprezo pela carteira assinada: ela mesma relatou que, mesmo depois de ter “engolido vários sapos” dos chefes ao longo da vida profissional, não conseguiu se aposentar com 30 anos de contribuição devido a mudanças impostas por sucessivas administrações federais. Hoje tem uma loja online e diz pagar a previdência por conta própria.

O povo enxerga o sistema atuando contra si — não um embate de classes contra os patrões que, segundo a mesma passageira, fizeram a vida às custas de seu trabalho. Apadrinhado político, militar que deixou a ativa depois de encarar a barra-pesada do Haiti e servidor de carreira, Tarcísio contraditoriamente encarna a valorização do empreendedorismo feito pelo precariado que, sem alternativa, oscila entre empregos de baixa qualidade e o “corre” imposto pela economia dos aplicativos.

Num país em que 58% dizem ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o tarcisismo e quaisquer outros ismos que sirvam para escamotear o golpismo bolsonarista têm terreno fértil para florescer. Certa vez um amigo disse acreditar que Tarcísio destruiria o bolsonarismo por dentro. Ledo engano.

O tarcisismo é o mais novo hospedeiro da velha tradição golpista da direita brasileira que não se acomodou aos desdobramentos da Revolução de 1930. Não obstante suas contradições, ela criou o Estado brasileiro moderno. Agora, sob a roupagem de elementos da filosofia coach que domina as redes em que os cinco Bs do bolsonarismo imperam, aquela tradição ganhou roupa nova e marcha rumo à derrubada da ordem constitucional de 1988 sem apresentar em seu lugar um projeto coerente de nação. Ironicamente, tem tudo para ser nossa primeira revolução de fato, endossada pelo povo que acerta o diagnóstico, mas erra o alvo de sua raiva populista.

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