Nova campanha da força naval abandona polêmica sobre privilégios, mote de peça publicitária em dezembro, e tenta dialogar com “nativos digitais” Política, Gamers, Inteligência Artificial, Marinha do Brasil CNN Brasil
De olho no público jovem e criado no universo digital, a Marinha lança neste domingo (8) uma nova campanha publicitária em que adota linguagem “gamer” e usa pela primeira vez recursos de inteligência artificial.
Em comemoração ao dia da força naval, celebrado em 11 de junho, o vídeo faz referência a jogos de ação e convida os jovens a sair da tela: “Quer aventura de verdade? Bora pro mar. Vem pra Marinha”.
Os personagens e cenários foram criados com o uso de inteligência artificial, representando ambientes de navios, submarinos e viaturas, além de simular operações como buscas e salvamentos no mar.
O clima, nos 60 segundos de peça, é de ação constante. O vídeo convida um adolescente, após o “game over” de um jogo, a “desligar a tela e sair do sofá”. E termina com o convite à entrada na força.
De acordo com um oficial da cúpula da Marinha ouvido pela CNN, há uma tentativa de tornar o alistamento e a carreira militar mais atrativos para os jovens. A retenção de talentos, segundo relatos, tem sido cada vez mais difícil para as Forças Armadas como um todo.
Com o novo vídeo, a Marinha tenta virar a página, de uma vez, da polêmica gerada em dezembro pela divulgação de uma peça publicitária em que questionava o discurso de “privilégios” aos militares.
Aquela campanha foi lançada em meio à elaboração do pacote de contenção de gastos pela equipe econômica, que acabou incluindo uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com reforma e idade mínima para a reserva dos militares, enquanto integrantes do governo falavam em combater “privilégios” das Forças Armadas.
O vídeo provocou mal-estar no Palácio do Planalto e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a reclamar com o ministro da Defesa, José Múcio, que atuou para acalmar os ânimos com o comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen.
A PEC apresentada continua em tramitação, sem avanços relevantes, no Congresso Nacional.
