Em maio, ministra foi hostilizada por opositores e abandonou audiência no colegiado Política, licenciamento, Marina Silva, Senado CNN Brasil
A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal discute, nesta terça-feira (17), requerimento que pode levar a convocação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Em maio, a ministra participava de uma sessão no mesmo colegiado como convidada, mas deixou a audiência após ser ofendida por parlamentares de oposição.
Se aprovado o requerimento do senador Lucas Barreto (PSD-AP), Marina deverá responder sobre o processo de licenciamento ambiental e exploração da costa do Amapá e outras regiões da Margem Equatorial brasileira.
Durante a discussão, a convocação pode ser convertida para convite, o que torna não obrigatória a presença de Marina.
“É preciso que a autoridade responsável pela política de meio ambiente esclareça as razões de a licença de prospecção, no presente caso, ainda não tenha sido concedida”, diz o requerimento.
Barreto afirma que, após as regras ambientais para a exploração de petróleo e gás, detalhadas no plano de Diretrizes para Licenciamento das Atividades de Perfuração e Sísmica Marítima, de 2003, uma corrida por propostas de exploração alcança a Margem Equatorial do país.
“Diante da importância, da necessidade e da urgência, tanto para o povo do Amapá quanto para a população brasileira, de se implantar a infraestrutura para prospecção nessa nova fronteira petrolífera, é fundamental o comparecimento da ministra Marina Silva nessa com o objetivo de prestar informações sobre o processo de licenciamento ambiental”, conclui.
Bate-boca com senadores
No fim de maio, a ministra deixou uma sessão na mesma comissão após discussão com o senador Plínio Valério (PSDB-AM). Marina foi convidada para falar sobre a criação de uma unidade de conservação marinha na Margem Equatorial, região de interesse para a exploração de petróleo.
Ao fazer uso da palavra, o senador disse que era bom reencontrar a ministra e que durante a sessão olharia para ela como autoridade do governo e não com a mulher, “porque a mulher merece respeito, a ministra, não”.
Após o constrangimento, a ministra insistiu que o senador pedisse desculpas, o que não aconteceu. Marina classificou a situação como agressão.
“Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação, que estão sendo propostas para o Amapá, não afetam os empreendimentos”, afirmou à época.