Decisão do BC de adquirir metal dourado reflete tendência global pós-pandemia, com autarquias aumentando reservas Macroeconomia, -transcricao-de-video-money-, Bancos Centrais, CNN Brasil Money, metais preciosos, Ouro CNN Brasil
O BC (Banco Central) do Brasil voltou a comprar ouro pela primeira vez desde julho de 2021, seguindo uma tendência global de fortalecimento das reservas nacionais com o metal precioso.
Rafael Furlanetti, presidente da Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários), disse em entrevista ao CNN Money que a movimentação reflete uma mudança significativa no comportamento dos bancos centrais mundiais após a pandemia.
“Estamos colhendo o fruto da emissão desenfreada de moedas que houve na pandemia. Todos os bancos centrais do mundo estão protegendo parte do cofre em ouro, é um movimento que começou este ano no Brasil, mas já vem de algum tempo quando observamos outros bancos centrais”, afirma.
O executivo traz dados de que, antes da crise sanitária, as instituições compravam em média 220 toneladas de ouro por ano. No período pós-pandêmico, esse volume chegou a alcançar mil toneladas anuais. Apenas no início deste ano, as aquisições já somam aproximadamente 600 toneladas, segundo ele.
Contexto global
Furlanetti cita entre os principais compradores de ouro em 2025 estão Cazaquistão, Polônia, China, Turquia e Brasil. A tendência é vista como uma resposta à expressiva emissão monetária ocorrida durante a pandemia, especialmente nos Estados Unidos, onde houve uma expansão de cerca de 40% no balanço do Federal Reserve.
O fenômeno não se restringe apenas às instituições financeiras, como contou o presidente da Ancord.
“Nos Estados Unidos, a rede de varejo Costco vende por mês, de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões em barras de ouro para pessoas físicas”, relatou Furlanetti.
Ele afirma que a decisão do Banco Central brasileiro de diversificar suas reservas com ouro representa uma estratégia de proteção do patrimônio nacional.
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