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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (6) que é preciso um equilíbrio justo de obrigações e direitos entre membros da OMC (Organização Mundial do Comércio) para restaurar a confiança do órgão global.
Em discurso na Cúpula do Brics, o brasileiro ressaltou que a recalibragem deve refletir “adequadamente os interesses de todos os seus membros”.
Lula também elencou uma série de demandas à organização, com ênfase em destravar negociações sobre produtos agrícolas e a criação de novas diretrizes para comércio e clima “que distinga políticas ambientais legítimas de protecionismo disfarçado”.
A pauta agrícola é um dos principais pontos de resistência da França ao acordo entre os blocos. Em visita a Paris em junho, Lula apelou a Macron para que “abra o coração” ao Mercosul.
O presidente brasileiro também se mostrou disposto a dialogar com os agricultores franceses para demonstrar os benefícios mútuos do acordo:
“Se precisar, eu venho conversar com os agricultores franceses. Se precisar, eu venho conversar para mostrar para eles que eles vão ganhar com o acordo entre Brasil e Mercosul”, disse na ocasião.
Em contrapartida, Emmanuel Macron expressou preocupações sobre o acordo comercial. O líder francês destacou os possíveis impactos negativos para os agricultores europeus, enfatizando a necessidade de ajustes no texto do acordo.
“Este acordo, nesse momento estratégico, é bom para muitos setores, mas comporta um risco para os agricultores europeus”.
Ele explicou que a discrepância nas regulamentações entre os blocos econômicos cria uma situação injusta para os produtores europeus, que são obrigados a seguir normas ambientais mais rigorosas.
O presidente francês apontou que, enquanto a Europa proíbe o uso de certos agrotóxicos e exige práticas mais sustentáveis de seus agricultores, os países do Mercosul não estão sujeitos às mesmas restrições.