Ex-presidente tinha até hoje para explicar descumprimento de medidas ao Supremo Política, Donald Trump, Jair Bolsonaro CNN Brasil
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em explicações enviadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (22) que o contato com o advogado Martin de Luca, que representa a Trump Media, foi anterior às medidas cautelares impostas.
“É neste vazio de indícios que também surgem as mensagens com o advogado norte-americano Martin de Luca. Antes mesmo de apresentar as mensagens, a Polícia Federal entendeu mais importante destacar ‘uma contextualização fática sobre o interlocutor do ex-presidente Jair Bolsonaro’”, diz o documento. “De início, é pertinente lembrar que todas as trocas de mensagens são anteriores às cautelares.”
Advogados do ex-presidente haviam o descumprimento de medidas cautelares e disseram que explicariam todos os fatos ao STF dentro do prazo estabelecido.
A defesa tinha até às 20h34 de hoje para enviar as explicações.
Em relatório final enviado ao STF, a PF (Polícia Federal) pontou que havia um “cenário de ações previamente ajustadas” entre o ex-presidente “e o representante judicial da empresa Rumble, Martin de Luca”.
A investigação menciona o envio ao ex-presidente, feito pelo advogado da Trump Media, de uma petição apresentada à justiça dos Estados Unidos em 14 de julho. A petição seria para “suplementar uma ação movida contra o ministro Alexandre de Moraes”, diz o relatório.
De Luca, por outro lado, afirma que a investigação tentou distorcer “correspondências profissionais rotineiras” para sugerir uma suposta “subordinação estrangeira” do ex-presidente.
“Como advogado americano, presto regularmente orientação jurídica e de comunicação. Esse é o meu trabalho. Oferecer sugestões sobre a redação de uma breve nota pública ou encaminhar um documento judicial público é absolutamente comum. Ainda assim, esses atos rotineiros agora são distorcidos e apresentados como teorias conspiratórias”, disse.
De acordo com De Luca, pela lógica do relatório da PF, “qualquer político que recorra a advogado ou estrategista estaria conspirando contra a democracia”.

