Brasil é o terceiro país com mais religiosos votantes no processo de escolha de um novo papa
Este conteúdo foi originalmente publicado em Convocação para conclave: Veja como estão espalhados os cardeais pelo mundo no site CNN Brasil. Internacional, Conclave, Papa, Papa Francisco, Roma, Vaticano CNN Brasil
Os cardeais da Igreja Católica foram convocados para se reunir após a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21). Eles irão se preparar para realizar o conclave — o processo de escolha do próximo pontífice.
O decano do Colégio dos Cardeais, reverendo Giovanni Battista, enviou aos cardeais a carta de convocação. Segundo o documento, a primeira reunião do grupo será às 9h da manhã (no horário local) desta terça-feira (22).
Os encontros são programados durante a sede vacante — também conhecida como “trono vazio” — o período em que a Sé Apostólica, a sede da Igreja de Roma, é administrada pelo camerlengo, um cardeal que exerce uma função parecida com a de assistente do papa.
Segundo o texto da convocação, as reuniões ocorrem em preparação para o conclave. O primeiro encontro será nesta terça-feira (22), às 9h do horário local, no Salão Sinodal do Vaticano — um espaço na Basílica de São Pedro, utilizado principalmente para a realização de reuniões importantes da Igreja Católica
Configuração atual do Colégio de Cardeais
Desde 1379, o papa sempre é eleito entre os cardeais do Colégio de Cardeais, o grupo que vota no conclave, restrito também àqueles com menos de 80 anos.
A Igreja Católica possui atualmente 135 cardeais com menos de 80 anos e aptos a votar. O Brasil é o terceiro país com o maior número de cardeais votantes (7).
Na lista, a Itália lidera com 17 cardeais, seguida pelos Estados Unidos, com 10 religiosos.
Conheça quem são os cardeais cotados para ser o próximo papa nesta matéria.
Afinal, o que é o conclave?
A palavra conclave vem do latim “cum clavis” que significa fechado com chave e se refere à prática de confinar os cardeais para permitir que eles escolham um novo papa sem interferência externa.
A seleção de um novo papa é um processo de votação antigo e altamente secreto. Há mistério, ritual e tradição cercando a eleição, que é, especialmente, um processo político.
Para evitar lobby externo e garantir que os cardeais sejam livres para escolher quem eles acham que é o melhor homem para o trabalho, os conclaves acontecem em estrita confidencialidade, com os participantes “isolados” do mundo.
Eles são proibidos de falar com qualquer pessoa fora do processo, o que pode levar vários dias. Também não podem ler relatórios da mídia ou receber mensagens.
Tecnicamente, qualquer homem “católico romano” pode ser eleito papa. O especialista em Vaticano da CNN, John Allen, explica que qualquer pessoa elegível para ordenação ao sacerdócio católico – portanto, um homem solteiro – poderia ser eleito papa.
Apesar disso, desde 1379, o papa sempre é eleito entre os cardeais do Colégio de Cardeais, o grupo que vota no conclave, restrito também àqueles com menos de 80 anos.
Muitos dos cardeais são bispos e arcebispos nomeados pelo papa para auxiliar em questões religiosas. Alguns trabalham no Vaticano, mas a maioria está espalhada pelo mundo administrando dioceses ou arquidioceses.
Quando chega a hora do conclave, todo cardeal com menos de 80 anos viaja para Roma para participar da reunião, pois o voto é presencial.
Funcionamento do processo da votação

Depois que os cardeais chegam ao Vaticano, o conclave começa com uma missa matinal especial na Basílica de São Pedro. Eles caminham até a Capela Sistina para começar o processo da eleição.
A votação é realizada a portas fechadas, e o sigilo é rigorosamente guardado. A capela é verificada em busca de câmeras e microfones escondidos, e os cardeais não têm permissão para falar sobre os procedimentos com ninguém de fora do grupo. Se o fizerem, podem ser excomungados.
O jornalista Jonathan Mann explicou para a CNN Internacional os rituais que acontecem dentro da Capela Sistina. A votação acontece em cédulas de papel distribuídas a cada cardeal, que escreve o nome do candidato escolhido abaixo das palavras em latim “Eligo in Summun Pontificem” (“Eu elejo como pontífice supremo”).
Pela regra, os cardeais não podem votar em si próprios e os votos são anônimos.
Quando terminam, cada cardeal — em ordem de senioridade — caminha até um altar para colocar cerimoniosamente sua cédula dobrada em um cálice. Os votos são então contados e o resultado é lido para os cardeais.
Se um cardeal receber dois terços dos votos, ele se torna o novo papa.
Fumaça branca indica resultado
Não se pode entrar na Capela Sistina, porém fiéis e jornalistas ficam sabendo do resultado por meio da cor da fumaça que sai do telhado do Vaticano.
As cédulas são queimadas após as votações, uma vez pela manhã e uma vez à tarde.
Caso um papa não tenha sido escolhido, as cédulas são queimadas junto com um produto químico que deixa a fumaça preta.
No entanto, se a fumaça que sair do telhado for branca, isso significa que os católicos do mundo terão um novo chefe da Igreja.
O momento é sempre de muita festa para os milhares de fiéis que esperam o processo no Vaticano.
Tradicionalmente, cerca de 30 a 60 minutos após a fumaça branca, o novo papa aparecerá na sacada com vista para a Praça de São Pedro.
O novo pontífice então falará brevemente e fará uma oração. Dias depois da eleição, o papa assume formalmente o cargo.
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