Augusto Melo, Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, e Sérgio Moura, ex-superintendente de Marketing, são investigados pela Polícia Civil
Este conteúdo foi originalmente publicado em Corinthians: entenda o caso VaideBet, que pode terminar em impeachment no site CNN Brasil. Corinthians, Augusto Melo, CNN Esportes, Futebol brasileiro, VaideBet CNN Brasil
No dia 7 de janeiro de 2024, o Corinthians anunciou o maior contrato de patrocínio máster do futebol brasileiro com a casa de apostas VaideBet, com três anos de duração. Muito comemorado de início, o negócio foi ganhando detalhes e causou muita dor de cabeça aos torcedores corintianos.
Em meio a diversas polêmicas, em 7 de junho, após cinco meses, a patrocinadora decidiu rescindir o contrato com o clube do Parque São Jorge por conta da suspeita de um laranja no contrato firmado entre as partes.
Laranja?
O assunto veio à tona após publicação do colunista Juca Kfouri, do portal Uol. A reportagem afirma que a empresa Rede Social Media Design LTDA, que intermediou o acordo entre a VaideBet e o Corinthians, repassou parte do valor da comissão (pago pelo clube) para outra organização.
A outra organização seria a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA, empresa que tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, mulher que mora em Peruíbe, no litoral de São Paulo, e afirmou, em entrevista ao Uol, desconhecer o caso.
Antes da rescisão, a VaideBet já havia enviado uma notificação extrajudicial sobre o suposto caso de “laranja” no acordo do clube com a organização. No documento, a empresa diz que as acusações violavam uma cláusula anticorrupção presente no contrato. O Corinthians enviou uma nota respondendo às alegações do suposto “laranja” no acordo.
Em entrevista ao CNN Esportes S/A, Rubens Gomes, o Rubão, ex-diretor de futebol do Timão e grande aliado de Augusto Melo antes da polêmica, afirmou que a partipação do presidente no caso é “total”: “Eu achei que ele estava de inocente na história, mas não estava. Ele estava participando da movimentação toda e organizando junto com o Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Cassundé.”
Impeachment
O caso VaideBet tomou grande proporção e é um dos principais questionamentos de grupos de conselheiros de oposição que pedem a destituição de Augusto Melo. Em agosto, 90 conselheiros do Corinthians protocolaram um pedido de impeachment contra o presidente do clube.
Em 2 de dezembro de 2024, o processo de votação do impeachment de Augusto Melo estava previsto para acontecer. Minutos antes da votação começar, no entanto, uma liminar derrubou a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, que aconteceria no Parque São Jorge.
Dez dias depois, em 12 de dezembro, a liminar foi derrubada por Romeu Tuma Jr., presidente do CD, e o processo foi retomado no o dia 20 de janeiro. Na ocasião, a votação foi suspensa após a votação de admissibilidade – que foi aprovada – se prolongar por mais de quatro horas.
Após a suspensão da votação, Augusto Melo se defendeu, atacou Tuma e disse que o presidente do CD do Corinthians é um “ditador”. Horas depois, Tuma rebateu a postura do presidente do clube do Parque São Jorge: “Lamento a postura como presidente do Corinthians”.
Além disso, Tuma explicou os próximos passos da reunião, que já passou por alguns momentos importantes, como a votação da admissibilidade. Agora, restam as palavras da Comissão de Ética do clube e também da defesa de Augusto Melo. Apesar disso, eses passados, uma nova data ainda não foi marcada.
Depoimentos na Polícia Civil
Três dos principais nomes da polêmica envolvendo o contrato com a VaideBet, Augusto Melo, Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo do Corinthians, e Sérgio Moura, ex-superintendente de Marketing e um dos pilares na campanha eleitoral do presidente do Timão, foram intimados a depor. Os três depõem como “investigados” no caso.

O primeiro a depor foi Marcelo Mariano, na tarde do dia 14 de abril. Sérgio Moura também já se apresentou e conversou com a polícia, em um depoimento que divergiu do ex-diretor administrativo. O último a depor é Augusto Melo, que vai se apresentar na 3ª Delegacia às 14h (de Brasília) do dia 16 de abril.
Como soube a CNN Esportes, a Polícia Civil entende que o caso está próximo de um desfecho e ele deve ser apresentado até o meio do mês de maio. Em caso da Polícia Civil identificar que há indícios de crime, será encaminhado o indiciamento dos indivíduos ao Ministério Público. Por último, o Promotor de Justiça pode oferecer a denúncia ou arquivar o inquérito policial.
O caso é conduzido pelo Delegado Tiago Fernando Correia, do DPPC (responsável por casos de lavagem de dinheiro), com apoio do Promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Juliano Carvalho Atoji.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Corinthians: entenda o caso VaideBet, que pode terminar em impeachment no site CNN Brasil.