Ricardo Jardim foi condenado pelo homicídio da própria mãe em 2018; agora, ele foi preso por suspeita de ter esquartejado a companheira em Porto Alegre Rio Grande do Sul, -agencia-cnn-, investigação criminal, psicopatas CNN Brasil
O homem preso por suspeita de ter matado e abandonado partes do corpo de uma mulher em Porto Alegre já havia sido condenado e preso por ter matado e concretado a própria mãe em 2015, também na capital gaúcha.
Identificado como o publicitário Ricardo Jardim, ele foi preso pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (4) após imagens de câmeras de segurança flagrarem o abandono da mala com parte do corpo da mulher no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. Segundo apuração da CNN, o homem era companheiro da vítima.
Segundo a polícia, a motivação do crime teria sido principalmente econômica, já que ele tentou realizar saques na conta da vítima. Além disso, o homem utilizou o celular dela para falar normalmente com amigos e família, por isso não há registro do desaparecimento da mulher.
A polícia aponta que Ricado possui um perfil psicopata, e é possível que ele tenha tentado reproduzir o notório caso do “crime da mala”, ocorrido em 1928 em São Paulo, quando um imigrante italiano matou e esquartejou a própria mulher, e depois abandou os restos mortais dentro de uma mala na Estação da Luz.
Condenação anterior
Ricardo foi condenado em 2018 por ter matado e concretado a própria mãe. De acordo com a Justiça do Rio Grande do Sul, o júri condenou o réu a 27 anos de prisão em regime fechado e um ano de detenção.
Conforme a denúncia do MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), entre abril e maio de 2015, Ricardo matou e concretou o corpo de Vilma Jardim, com 76 anos na época do crime, no apartamento em que eles moravam, no bairro Mont’Serrat, na Zona Norte da capital.
Segundo a denúncia, ele chegou a confessar o crime a um policial que havia recebido a denúncia e foi investigar o apartamento, mas, em depoimento à Justiça, o suspeito ficou em silêncio. O corpo de Vilma foi colocado dentro de um móvel, feito sob medida, encontrado no apartamento onde eles viviam.
A promotoria concluiu que a motivação do crime foi econômica, uma vez que a vítima usufruía do seguro de vida do falecido marido, no valor de R$ 400 mil, do qual o filho se apossou após o crime. Segundo o MP, ela foi morta com 13 facadas nas costas.
No julgamento, Ricardo confessou que ocultou o cadáver, mas negou a morte. Segundo ele, a mãe se suicidou.
Ricado foi preso após a condenação, mas progrediu ao regime semiaberto ano passado. Segundo a polícia, ele estava foragido desde 6 de abril de 2024.
Pedaço de corpo em rodoviária
Na última segunda-feira (1), partes de um corpo humano foram encontradas dentro de uma mala no setor de guarda-volumes do terminal rodoviário de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Segundo as informações da Brigada Militar, a equipe foi acionada após funcionários do terminal sentirem um odor forte vindo do interior de uma mala. Ao chegarem no local, os agentes constataram que se tratava de restos mortais humanos, mais precisamente o tronco de uma pessoa.
Anteriormente, no dia 13 de agosto, braços e pernas tinham sido encontrados em sacos de lixo na Zona Leste da capital. Uma perícia feita posteriormente confirmou que os restos mortais eram da mesma pessoa.
Segundo os peritos, os cortes são uniformes e foram feitos após a morte, o que afasta a hipótese de luta ou reação da vítima.
A Polícia Civil avançou nas investigações e obteve imagens de câmeras de segurança que mostravam um homem — agora preso — abandonando a mala na rodoviária. De acordo com a polícia, ele estava disfarçado, o que é um sinal claro de que ele planejou e organizou o crime.
Na rodoviária, o homem deixou o documento de outra pessoa que iria, em tese, buscar a mala no guarda volumes. O Departamento de Homicídios já descobriu quem é essa pessoa.
“Está sendo averiguado, mas a princípio o homem que supostamente buscaria a mala não tem relação com o ocorrido. O nome dele foi colocado lá, justamente com a intenção de incriminá-lo”, explicou o delegado André Luiz Freitas.
O que também intriga os investigadores é um bilhete colado do lado de fora da mala, com o nome, o endereço e o contato de um escritório de contabilidade em Canoas, na Região Metropolitana. Segundo a polícia, isso teria sido uma pista falsa colocada pelo homem.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil.

