A Copa Intercontinental, que será realizada em Doha, no Catar, com a participação do Botafogo, é um reflexo do fortalecimento do futebol asiático
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Vários países do continente asiático têm se fortalecido cada vez mais no futebol. Um exemplo disso é a Copa Intercontinental da FIFA, que será realizada em Doha, no Catar, e contará com a participação do Botafogo, representando o futebol sul-americano.
A disputa ocorrerá entre os dias 11 e 18 de dezembro. O Botafogo enfrentará o Pachuca, do México, na fase inicial. Se avançar, o clube brasileiro poderá enfrentar o Al-Ahly, e, em uma possível final, disputará o título contra o Real Madrid.
O ex-jogador do Botafogo, Marcelo Camacho, que teve passagens por clubes como Al-Hilal, Al-Arábi, Al-Shabab, Al-Ahli e Al-Sailiya, declarou acreditar que o time brasileiro tem potencial para fazer uma boa campanha no torneio e, quem sabe, superar grandes adversários.
“Acredito, e muito. Pena que a sequência de jogos para o Botafogo, com partidas decisivas e uma longa viagem, será extremamente desgastante. Acho que houve uma falha na organização por parte da CBF e da Conmebol, pois está sendo injusto com o Botafogo. Isso, com certeza, vai afetar a intensidade que o time sempre teve, mas, mesmo com todos esses obstáculos, acredito que ainda tenha chance de vencer, principalmente por ser uma equipe muito forte e vivendo um ótimo momento. Torço muito para que isso aconteça”, afirmou o ex-atleta.
Camacho, que viveu o futebol no continente asiático, relatou que, em 2004, quando se transferiu para a Arábia Saudita, o esporte no país ainda possuía características amadoras.
“A estrutura era precária, e muitos jogadores que não eram profissionais treinavam e depois seguiam para outro trabalho. Hoje, o futebol se profissionalizou, a estrutura melhorou, e o esporte cresceu globalmente. Tanto que o Al-Hilal chegou aos Mundiais de Clubes, jogando de igual para igual com clubes sul-americanos, como o Flamengo, e mostrou um bom futebol. Claro que isso também está relacionado ao aumento do número de estrangeiros permitidos nos times, na minha época, eram apenas três.”
Seguindo o mesmo exemplo do Catar, a Arábia Saudita tem se movimentado e fortalecido no mercado do futebol, contratando grandes estrelas como Neymar, Cristiano Ronaldo, Benzema, entre outros, com o objetivo de criar uma liga nacional mais competitiva.
O especialista em direito desportivo Eduardo Carlezzo explicou o fenômeno que tem transformado o futebol saudita.
“O primeiro grande passo foi o contrato milionário com Cristiano Ronaldo, seguido pela contratação de Neymar. Mas isso não vai parar por aí. Outros grandes nomes foram contratados, e muitos mais devem chegar. O governo local privatizou os clubes e os colocou sob a gestão do seu fundo soberano, que possui uma enorme reserva financeira. Portanto, caso a Copa do Mundo de 2034 seja confirmada na Arábia Saudita, ainda veremos muitas movimentações no futebol local nos próximos anos.”
Camacho, ex-jogador, acredita que um atleta que joga na Arábia Saudita ainda não recebe o mesmo reconhecimento que um que atua na Europa: “Hoje, infelizmente, um jogador que joga na Arábia Saudita não é visto como estando em alto nível, enquanto um que está na Europa é. Mas espero que isso mude, até porque o futebol saudita hoje é forte, e quem está jogando lá tem total capacidade para competir em grandes torneios internacionais.”
O futebol é o principal esporte do país e os estádios recebem um bom público. Com a possível confirmação da Copa do Mundo de 2034, espera-se que os investimentos no setor aumentem ainda mais.
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