A jovem estava internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI) da Santa Casa
Este conteúdo foi originalmente publicado em Criança baleada por pai PM recebe alta médica em SP no site CNN Brasil. São Paulo, -agencia-cnn-, Assassinato, Morte, PM, sargento CNN Brasil
A menina de 10 anos baleada pelo pai, o policial militar Samir Carvalho, recebeu alta médica nesta terça-feira (13). A jovem estava internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI) da Santa Casa de Santos, no litoral de São Paulo, desde a última quarta-feira (7), quando o caso aconteceu.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, na ocasião, os policiais encontraram as vítimas trancadas em um consultório e um policial militar de folga no lado de fora. No boletim de ocorrência, foi constatado que o homem mostrou aos agentes que não estava armado, porém em seguida que a porta foi aberta, o mesmo atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência.
As vítimas foram Amanda Fernandes e sua filha. Quando a ocorrência foi registrada, os órgãos de segurança apresentaram versões diferentes para o caso.
Relembre o caso
Logo que a ocorrência foi registrada, a Polícia Militar divulgou uma nota informando que foi acionada por volta das 13h para atender o caso de violência doméstica em uma clínica médica. No local, foi informado que a mulher e a filha tinham se trancado em uma sala com o médico pois um homem, que era marido da mulher e policial militar, invadiu o local a ameaçando.
Ainda conforme essa versão, com a chegada das equipes, o médico abriu a porta da sala em que estava com Amanda e a filha dela, momento em que o policial teria pego uma arma de fogo que estava em outra sala da clínica e efetuado diversos disparos.
O sargento teria ainda, na sequência, pegado uma faca e dado cerca de dez facadas em Amanda, que morreu no local. A filha, baleada, foi socorrida e levada para a Santa Casa de Santos.
Ja na versão apresentada da delegacia, que consta no boletim de ocorrência do caso, testemunhas relataram que Amanda Fernandes e a filha estavam na clínica médica de dermatologia, ambas aparentando comportamento calmo.
Minutos após, o sargento, que se indentificou como seu marido, entrou no estabelecimento e ficou na recepção junto com elas. Após um tempo, Amanda foi até a recepcionista e pediu, de forma discreta, que ela acionasse a polícia, alegando estar sendo ameaçada.
Na sequência, a mulher e a filha procuraram abrigo na sala do médico dermatologista, proprietário da clínica, relatando que o marido estava armado e ameaçava matá-la. O médico então trancou a porta da sala, colocou cadeiras para obstruí-la e tentou acionar a polícia, enquanto aguardavam ajuda.
Os policiais chegaram ao local e, segundo o registro, se certificaram que o autor do crime não portava nenhuma arma pois ele “teria levantado a blusa que vestia” e “apresentava temperamento calmo”. Os policiais então pediram pra ele se afastar da porta para que o médico pudesse abri-la.
Neste momento, porém, tão logo a porta foi aberta, o policial desferiu uma sequência de disparos de arma de fogo. Os PMs então entraram na sala e prenderam o autor, que se rendeu sem resistência.
A versão apresentada no boletim não cita nada sobre as facadas.
Já na terceira versão do caso, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que, quando os policiais chegaram no local, já encontraram a mulher sem vida e a filha ferida por disparos de arma de fogo. “A jovem foi socorrida a uma unidade de saúde. O homem foi encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos”, completa a nota.
Posteriormente, a SSP voltou atrás e afirmou que os policiais foram acionados via Copom para atender uma ocorrência de desinteligência no local. Quando chegaram as vítimas estavam trancadas em um consultório e o autor, um policial militar de folga, do lado de fora. De acordo com as informações prestadas no boletim de ocorrência, após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. O autor entrou e atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes.
A SSP informou que a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender a ocorrência. “O caso foi registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na DDM da cidade. A Polícia Civil instaurou inquérito e investiga todas as circunstâncias do crime”, completa a nota.
*Sob supervisão
Este conteúdo foi originalmente publicado em Criança baleada por pai PM recebe alta médica em SP no site CNN Brasil.