Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político, projeta que governo Trump pode classificar PCC e Comando Vermelho como grupos terroristas, intensificando sanções Internacional, -transcricao-de-videos-, Crime, Estados Unidos, Segurança Pública, William Waack CNN Brasil
A relação entre Brasil e Estados Unidos pode enfrentar novas turbulências com o crime organizado ganhando destaque na agenda bilateral e a possibilidade crescente dessas organizações serem classificados como “terroristas”, segundo o diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman.
A recente operação da Polícia Federal, considerada a maior da história brasileira contra o crime organizado, revelou a crescente sofisticação dessas organizações criminosas e sua influência no setor privado. As investigações apontaram para a movimentação de recursos bilionários em fundos no mercado financeiro, além de forte presença nos setores de combustíveis, transportes e agronegócio.
O cenário se torna ainda mais complexo diante da possibilidade de os Estados Unidos classificarem o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como grupos terroristas.
“Isso aumentaria o leque de sanções que o governo americano pode implementar contra qualquer instituição financeira ou empresarial que fazem negócios com o crime organizado”, explica Garman.
A análise destaca que o governo de Donald Trump tem posicionado o combate aos grupos narcotraficantes como uma das principais prioridades de sua política externa para a região. Essa postura já resultou na classificação de cartéis mexicanos e grupos venezuelanos como organizações terroristas, além da presença militar americana na costa da Venezuela para combater o narcotráfico.
O governo Trump acusa o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de ser o líder de um cartel e aumentou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levassem à prisão dele. A Casa Branca já destacou que está pronto para usar “todos os elementos do poder americano para impedir que drogas inundam nosso país.”
O tema da segurança pública também deve ganhar relevância significativa nas próximas eleições, considerando que pesquisas de opinião já apontam esta como uma das principais preocupações dos eleitores, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.
“A operação representa um novo capítulo, não só dominando as eleições presidenciais, mas também um tema cada vez mais importante para o setor privado e o sistema político como um todo”, afirma o especialista.
*revisado por Danilo Cruz, da CNN Brasil em São Paulo.