Outras duas pessoas são julgadas por favorecimento pessoal por terem ajudado Cupertino a fugir e se esconder após o crime São Paulo, -agencia-cnn-, Caso Cupertino, Justiça, São Paulo (geral) CNN Brasil
Após as sustentações pela acusação de Paulo Cupertino Matias, o promotor Thiago Marin afirmou nesta sexta-feira (30) que o Ministério Público “não irá se opor” caso os jurados decidam pela absolvição dos outros dois réus envolvidos no caso.
Além de Cupertino, que é acusado de triplo homicídio duplamente qualificado, são réus: Eduardo José Machado e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, que respondem por favorecimento pessoal por, segundo o MP, terem ajudado Cupertino a fugir e se esconder após a morte do ator Rafael Miguel e dos pais dele. O crime ocorreu em 2019.
Marin sustentou que, no caso de Eduardo e Wanderley, as penas são de um mês em regime aberto, e a Promotoria considera que a exposição do caso e o “martírio” em que eles estiveram envolvidos já compensaria uma eventual condenação, que, nas palavras do promotor, teria pouco efeito prático.
“O assassino aqui é aquele homem”, disse Marin, apontando para Cupertino.
O representante do Ministério Público se dirigiu aos jurados e pediu que, ao apreciarem o caso, eles levem em conta as qualificadoras das acusações contra Cupertino: crime cometido sem chance de defesa das vítimas e por motivo fútil.
Caso as qualificadoras não sejam consideradas, disse Marin, Cupertino poderá ser solto em “um ou dois anos”. “Que sirva de exemplo para que assassinos como ele pensem três vezes antes de cometer um crime”, acrescentou.
“Caráter repugnante”
Também nesta sexta-feira, segundo dia de julgamento, Marin afirmou que Cupertino tem um “caráter repugnante” e que ele agiu com “descontrole” e motivado pelo “ódio” que sentia contra a família do ator. Isso porque, de acordo com depoimento do irmão do réu, o ator, que já participou da série “Chiquititas”, havia manifestado interesse de levar sua namorada, Isabela –filha de Cupertino– para fazer um teste na televisão.
O promotor também falou sobre o período de três anos em que Cupertino ficou foragido, tendo utilizado diversos disfarces durante a fuga. “Ele mudou de tudo, menos de caráter”, disse Marin.
O representante do Ministério Público ironizou uma fala do réu, que disse que havia sido procurado “como uma fera”. “Ele é muito pior que um animal, porque um animal só ataca quando acuado ou com fome.”
A expectativa é de que a sentença de Cupertino saia ainda hoje. A estimativa do Ministério Público é de que Cupertino recebe pena de 60 anos de prisão.