Onze anos antes da tragédia envolvendo Juliana Marins, Carol Moreno foi deixada sozinha por um guia no mesmo local Paraná, -agencia-cnn-, Indonésia, Juliana Marins, trilha CNN Brasil
Onze anos antes da morte da publicitária Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, a empresária Carol Moreno, de Curitiba, viveu uma experiência angustiante no mesmo local.
A empresária foi deixada para trás por um guia durante a subida ao cume no terceiro dia de trilha. Embora tenha conseguido concluir o trajeto sem ferimentos, o episódio marcou a alpinista.
Ao relembrar o caso após a tragédia, Carol disse à CNN que viveu uma sensação de abandono. “Você tenta, tenta, tenta e não consegue, fica insistindo para tentar alcançar a galera. É bem frustrante, na verdade”, contou ela.

Carol realizou o trekking no Rinjani em 2014, durante uma viagem de mochilão pela Ásia. O passeio, bastante procurado por turistas, leva ao cume do segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros.
Segundo ela, a trilha exige preparo físico, equipamentos adequados e boa estrutura de suporte – o que muitas agências locais não oferecem. “Eles querem vender”, afirmou.
Vulcão na Indonésia: trilhas registram 8 mortes e 180 acidentes em 5 anos
A curitibana relatou que, ao fechar o passeio com a agência, deixou claro que não tinha os equipamentos apropriados, como roupas térmicas e tênis de trilha. A resposta, segundo ela, foi que isso “não seria um problema”.
Durante o terceiro dia da trilha — considerado o mais desafiador — Carol iniciou a subida ao cume às 2h30 da manhã, após uma noite mal dormida, sem alimentação adequada e sob chuva e frio intenso. A trilha era arenosa e escorregadia, e com um cajado simples e lanterna fornecido pela agência, ela acabou ficando para trás.
“Pensa que o guia parou pra me ajudar de alguma forma? Nada, me largou pra trás mesmo, e fiquei sozinha na subida”, relembra. Chorando e se sentindo fraca, ela conseguiu chegar ao topo pouco antes do nascer do sol, mais de uma hora depois dos demais. “O stress emocional, junto com o físico, pesaram pra caramba”, finalizou.
Relembre o caso da Juliana
Juliana, natural de Niterói (RJ) e dançarina profissional de pole dance, fazia uma viagem pela Ásia desde fevereiro e visitou países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar à Indonésia. Uma amiga descreveu que ela estava “vivendo um sonho de viajar pela Ásia”.
-
1 de 5Imagens mostram Juliana durante a trilha • Reprodução/Redes Sociais
-
2 de 5Imagens mostram Juliana durante a trilha • Reprodução/Redes Sociais
-
3 de 5Imagens mostram situação do local em que Juliana desapareceu • Reprodução/Redes Sociais
-
-
4 de 5Imagens mostram situação do local em que Juliana desapareceu • Reprodução/Redes Sociais
-
5 de 5Fizemos isso pela vista, diz brasileira em vídeo antes de cair em vulcão • Reprodução/Redes Sociais
Veja: quem é a brasileira que caiu na trilha de um vulcão na Indonésia
O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha. Turistas avistaram a situação cerca de três horas depois e alertaram a família pelas redes sociais, enviando localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.
Desde então, uma campanha pelas redes sociais mobilizou socorristas e governos para resgatar a jovem. Porém, após quatro dias de buscas, a jovem foi encontrada morta.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo