Entre os sinais mais comuns da falta de zinco no organismo estão a perda de apetite, queda de cabelo e enfraquecimento das unhas Saúde, cuidados com a saude, Suplemento alimentar CNN Brasil
A deficiência de zinco é uma condição muitas vezes negligenciada, mas que pode trazer impactos consideráveis à saúde, principalmente quando se trata do processo de cicatrização. Esse mineral é essencial para o funcionamento adequado do sistema imunológico, para a divisão celular e para a regeneração dos tecidos — etapas fundamentais para a recuperação de feridas e lesões na pele.
Entre os sintomas mais comuns da falta de zinco no organismo estão a perda de apetite, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas e maior propensão a infecções. No entanto, um dos sinais que mais preocupam especialistas é a dificuldade que o corpo passa a ter para cicatrizar ferimentos.
“A maioria dos casos de deficiência de zinco são assintomáticos, porém o zinco participa da ação de pelo menos 300 metaloenzimas e componentes estruturais, hormônios, sistema imunológico e ácidos nucleicos. Por isso, os sintomas, quando existem, são inespecíficos, tais como alteração de paladar, formas moderadas de dermatite, alopecia, redução da imunidade e de cicatrização, acrodermatite, infecções recorrentes e diarreia”, detalha Andrea Pereira, médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.
Por que a falta de zinco impacta na cicatrização?
Isso acontece porque o zinco participa diretamente da produção de colágeno, proteína fundamental para a reparação dos tecidos, além de atuar na proliferação de células necessárias para a regeneração da pele e no controle da inflamação.
Quando há deficiência do nutriente, todo esse processo se torna mais lento. Feridas simples podem levar mais tempo para fechar, tornam-se mais suscetíveis a infecções e apresentam menor qualidade na cicatrização, o que pode deixar cicatrizes mais visíveis ou mesmo abrir espaço para complicações mais graves.
Quais as causas e tratamentos da deficiência de zinco?
A deficiência de zinco pode estar relacionada a dietas desequilibradas com baixo consumo de proteínas de origem animal, como carne vermelha, frutos do mar e laticínios, que são boas fontes do mineral. Além disso, pessoas com doenças intestinais inflamatórias, como Crohn e colite ulcerativa, ou que passaram por cirurgias bariátricas, podem ter dificuldade de absorção do zinco, mesmo que o consumo esteja adequado.
“Os grupos mais suscetíveis são pacientes que fizeram cirurgias do trato gastrointestinal, por exemplo, cirurgia bariátrica ou oncológicas; vegetarianos; veganos; idosos e pacientes com obesidade”, acrescenta Pereira.
O tratamento para corrigir a deficiência é feito com ajustes na alimentação e, em casos mais severos, com a suplementação orientada por um profissional de saúde. A reposição adequada pode acelerar a cicatrização, melhorar a resposta imune e restaurar o bom funcionamento do organismo como um todo.
Em um cenário onde pequenas lesões podem evoluir para quadros mais complexos — como acontece entre idosos, diabéticos e pacientes com doenças crônicas –, identificar e tratar a falta de zinco é uma medida preventiva importante. O diagnóstico é feito por exames de sangue. Mas a suplementação deve ser acompanhada de um profissional.
“O uso crônico e excessivo pode causar náuseas, vômitos, dores abdominais, redução da absorção de cobre, levando a anemia. Também pode causar supressão da função imunológica, alterações no colesterol (redução do HDL) e interferência na absorção de outros minerais. Portanto, o excesso é tão perigoso quanto a deficiência. O ideal é sempre manter o equilíbrio e buscar orientação especializada”, explica Camila Ciancio, nutróloga.
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