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Dengue avança no Sul do país e escancara impacto das mudanças climáticas 

Última atualização: 13 de maio de 2025 11:10
Published 13 de maio de 2025
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Com surtos em regiões historicamente protegidas pelo frio, Brasil enfrenta novos desafios no combate à doença, agravados por desigualdades sociais e crise climática
Este conteúdo foi originalmente publicado em Dengue avança no Sul do país e escancara impacto das mudanças climáticas no site CNN Brasil.  Saúde, Aedes aegypti, Dengue, Mudanças climáticas CNN Brasil

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O Rio Grande do Sul virou um retrato invertido da dengue no Brasil. Se antes o frio mantinha o Aedes aegypti sob controle, agora o mosquito que transmite o vírus causador da doença encontrou um clima favorável para se espalhar pelo estado. A doença não para de avançar: até o último dia 8 de maio, foram 15.643 casos confirmados e oito mortes.

A epidemia atual, embora ainda menor que a do ano passado, cresce rápido: a taxa de transmissão já passa de 2,08, e 474 municípios gaúchos estão infestados de mosquitos, dois a mais que em 2024. Na prática, isso significa que o vírus cresce num ritmo de expansão semelhante ao registrado nos primeiros meses da pandemia de Covid-19, em 2020. Para especialistas, o recado é claro: mudanças climáticas, desigualdade urbana e falhas estruturais estão redesenhando o mapa da dengue — e o Sul entrou de vez na rota.

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Segundo o pesquisador em saúde pública Diego Ricardo Xavier, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), a dengue é uma doença que está totalmente associada à questão climática.

“A gente tem visto a dengue entrando no Sul, onde não tinha epidemias tão frequentes, porque a barreira climática impedia. Agora, além de estar se deslocando para regiões subtropicais, ela está subindo as montanhas. Se o mundo continuar aquecendo, poderemos ter epidemias de dengue até na Europa e nos Estados Unidos”, afirma. Em alguns países europeus, como Espanha e França, já há registros de casos autóctones — infecções adquiridas localmente, sem relação com viagens a regiões endêmicas.

Até a metade de abril, o InfoDengue, plataforma da Fiocruz que é um dos principais sistemas brasileiros de monitoramento de arboviroses (viroses transmitidas por mosquitos), registrou 1.757.065 casos suspeitos de dengue no país. Desses, mais da metade (67,69%) são classificados como prováveis, uma variação de quase 30% em relação a 2024.

A epidemiologista Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue, explica que as variáveis climáticas vêm sendo consideradas no relatório e já apontam evidências do impacto do aquecimento global na expansão da doença para áreas historicamente protegidas.

“Essas regiões estão observando períodos mais longos de clima favorável, especialmente com invernos mais amenos e a chegada precoce da primavera. Mesmo pequenas mudanças podem levar a grandes aumentos de dengue, pois permitem aos vírus manterem seu ciclo de transmissão durante o inverno e rapidamente se reproduzirem quando chega a primavera”, detalha.

O cenário atual, com surtos em regiões antes consideradas pouco vulneráveis, é o resultado mais visível dessa nova dinâmica climática. E entender como a dengue se espalhou pelo mundo ajuda a dimensionar o desafio atual.

Um mosquito que transmite quatro tipos de vírus

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é uma doença causada por vírus da família Flaviviridae, a mesma do vírus da febre amarela e do Zika. Existem quatro sorotipos diferentes — DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 —, e a infecção por um deles gera imunidade apenas contra aquele tipo, deixando o organismo vulnerável aos demais.

O ciclo de transmissão começa quando a fêmea do mosquito, ao picar uma pessoa infectada, adquire o vírus e passa a transmiti-lo a outros indivíduos ao longo da vida. Os sintomas mais comuns incluem febre repentina, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores no corpo e nas articulações, manchas avermelhadas na pele e prostração.

“Também chamada de ‘febre quebra-ossos’, a dengue pode parecer inicialmente uma infecção viral comum, mas exige atenção redobrada”, alerta a médica infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Geralmente, a doença é autolimitada, com recuperação espontânea. Mas pode evoluir para formas graves. Os sinais de alerta incluem sangramentos, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, falta de ar, tontura e confusão mental. “Esses sinais costumam aparecer na fase em que a febre começa a ceder, entre o terceiro e o sétimo dia da doença”, explica Gouveia.

O diagnóstico é feito principalmente a partir da avaliação clínica, sem necessidade de confirmação laboratorial em alguns casos. Testes rápidos e exames de sangue podem ser solicitados para confirmar a infecção ou monitorar alterações em casos suspeitos de agravamento.

A médica reforça que a automedicação é um risco e que a hidratação adequada é fundamental para evitar complicações. “O atraso na reposição de líquidos é um dos principais fatores de evolução desfavorável”, alerta.

Apesar do conhecimento acumulado, controlar a dengue segue um desafio no Brasil. “O Aedes aegypti é onipresente no país”, afirma Gouveia. Ela destaca que, embora a vacinação esteja avançando, a cobertura ainda é baixa e, pelo SUS, restrita a grupos específicos da população.

Doença milenar

As primeiras descrições de uma infecção com características semelhantes à dengue remontam à China antiga, entre 265 e 420 d.C., durante a Dinastia Chin. Na época, a doença era conhecida como “veneno d’água”, numa associação popular com insetos voadores próximos a ambientes aquáticos.

Séculos depois, surtos similares foram registrados nas Índias Ocidentais Francesas e no Panamá no século 17, e epidemias foram descritas na Ásia, África e América do Norte entre 1779 e 1780. A transmissão por mosquitos só foi confirmada em 1906; e o vírus, identificado no ano seguinte.

No Brasil, o Aedes aegypti teria chegado durante o período colonial, trazido da África em navios negreiros. Os primeiros relatos de casos no país surgiram no final do século 19, em Curitiba, e no início do século 20, em Niterói (RJ), segundo o Instituto Oswaldo Cruz. Mas foi só a partir dos anos 1940 que a percepção da dengue como uma emergência em saúde pública ganhou força.

Na década seguinte, o Aedes aegypti chegou a ser erradicado do país, como parte dos esforços contra a febre amarela. Mas o relaxamento das medidas nos anos seguintes o fez retornar.

Aquecimento global e o aumento de casos

Nos últimos anos, as mudanças climáticas agravaram o cenário. Um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, apresentado no final de 2024, estima que o aquecimento global já responde por aproximadamente 19% das infecções de dengue no mundo. O aumento da temperatura média, especialmente na faixa entre 20 °C e 29 °C, cria condições ideais para o vírus e pode levar a um crescimento de até 200% nos casos em regiões endêmicas nas próximas décadas. Hoje, cerca de 257 milhões de pessoas vivem em áreas onde a incidência da dengue pode dobrar em 25 anos.

No Brasil, as projeções seguem a mesma linha. De acordo com o AdaptaBrasil, plataforma do governo federal que mede a vulnerabilidade dos municípios às mudanças climáticas e propõe ações de adaptação, metade dos municípios deve apresentar risco alto ou muito alto para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti até 2030. As estimativas combinam variáveis como temperatura, chuvas, desmatamento, densidade populacional e acesso a saneamento básico.

Além da expansão geográfica, o padrão das epidemias mudou. Antes concentrada nos meses de verão, a transmissão da dengue agora se estende por quase todo o ano em várias regiões, impulsionada por ondas de calor fora de época. De acordo com levantamento do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, o intervalo entre epidemias praticamente desapareceu: os anos 2022, 2023 e 2024 registraram surtos consecutivos.

Eventos como o El Niño — que aquece acima do normal as águas do oceano Pacífico na linha do Equador — também tiveram impacto. “Quando teve El Niño, o verão começou antes. Em setembro já estava um calor infernal. Esse calor fora de época, combinado com chuvas e mais criadouros disponíveis, fez o tempo de reprodução do mosquito aumentar”, resume Xavier, da Fiocruz.

Enfrentamento estrutural

Apesar do cenário crítico, novas estratégias de combate à dengue oferecem perspectivas promissoras. Além dos avanços no manejo clínico — com atualização dos protocolos de hidratação e diagnóstico precoce pelo Ministério da Saúde, que agora passa a tratar inicialmente todas as arboviroses como dengue —, o foco se volta para o enfrentamento do vetor e a ampliação da vacinação.

Uma das apostas no controle do mosquito é o projeto Wolbachia. A bactéria, que ocorre naturalmente em cerca de 60% dos insetos, foi introduzida no Aedes aegypti para bloquear sua capacidade de transmitir o vírus. Iniciativas na Indonésia, Austrália e Colômbia mostraram reduções superiores a 75% nos casos de dengue nas áreas-alvo.

No Brasil, o programa é desenvolvido pela organização sem fins lucrativos World Mosquito Program (WMP) em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde. Atualmente, está presente em cinco cidades, com previsão de expansão para mais seis. Em Niterói, análises indicam uma queda de cerca de 70% nos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 40% nos de Zika nas regiões onde os mosquitos foram liberados.

No campo da imunização, as perspectivas também são animadoras. A vacina Qdenga mostrou eficácia superior a 80% contra os quatro sorotipos e ampliou as opções de prevenção para pessoas entre 4 e 60 anos. Há ainda grande expectativa pelo imunizante do Instituto Butantan, desenvolvido há mais de uma década e que ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com dose única e eficácia de 79,6%, a vacina nacional poderá ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Para especialistas, porém, essas soluções só terão efeito real se houver planejamento e ação coordenada. “A resposta oportuna à dengue exige preparação, com planos de enfrentamento organizados, uma rede de resposta capacitada e um sistema de alerta”, afirma a coordenadora do InfoDengue.

Além disso, é urgente atacar as raízes estruturais do problema — sobretudo no contexto das mudanças climáticas e das desigualdades sociais no Brasil. Diego Xavier cita o exemplo da epidemia de dengue que atingiu São Paulo durante a crise hídrica de 2014. “Muita gente começou a acumular água. Isso gerou um criadouro artificial e desmontou modelos clássicos que afirmavam que, para ter dengue, era preciso calor e chuva”, explica.

As regiões mais afetadas foram justamente aquelas com pior acesso à água. “A gente não vai mais conseguir reverter a situação, ela já foi para o vinagre. O que podemos fazer agora é tentar diminuir o tamanho do impacto”, afirma o pesquisador. Para ele, o mais viável é investir em infraestrutura urbana — como saneamento e moradia — e em campanhas educativas, seguindo o exemplo de países asiáticos como Singapura e Vietnã, que conseguiram controlar a doença.

Além disso, é preciso capacitar os serviços de saúde nas localidades que historicamente não enfrentavam a doença e orientar a população para o combate ao vetor. “Educação e resolver os problemas de base são avanços importantes para evitar epidemias, mas não são uma bala de prata. Temos que usar tudo que a gente tem”, conclui Xavier.

Por que há alta de dengue todos os anos? Entenda os fatores

Este conteúdo foi originalmente publicado em Dengue avança no Sul do país e escancara impacto das mudanças climáticas no site CNN Brasil.

 

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