Processo foi encaminhado da Justiça Eleitoral do CE ao STF após constar autoridade com foro Política, Câmara dos Deputados, Ceará, PF (Polícia Federal), STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
Uma decisão da Justiça Eleitoral do Ceará, a qual a CNN teve acesso, revela que o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) se apropriou dos desvios de recursos públicos para consolidar sua base eleitoral. O parlamentar foi alvo de busca e apreensão da PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (8).
Segundo o documento, assinado pelo juiz Flavio Vinicius Bastos Sousa, da 3ª Zona Eleitoral, o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo”.
Consta na decisão judicial que a investigação apontou que o deputado teria usado recursos oriundos de emendas parlamentares. “Utilizados para alimentar o esquema e consolidar sua base de apoio político”, diz o documento.
Ainda na decisão, a investigação policial identificou a participação do deputado em um relatório datado em 18 de dezembro do ano passado. Conforme o documento, a organização criminosa seria liderada por Carlos Alberto Queiroz Pereira (PSB), conhecido como “Bebeto do Choró”, que foi eleito prefeito do município de Choró, mas não tomou posse por determinação da Justiça Eleitoral.
Após a constatação da Justiça Eleitoral do Ceará, o processo foi encaminhado ao Supremo após identificar o envolvimento de autoridades com foro. A investigação tramita sob segredo de Justiça.
Conforme o juízo eleitoral, foi identificado que o esquema apresentava “indícios de envolvimento de outros investigados, além da estruturação hierarquizada do grupo criminosos”.
Na operação desta terça, o STF (Supremo Tribunal Federal) expediu 15 mandados de busca e apreensão. Eles foram cumpridos em Brasília e em cinco cidades do Ceará: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. O caso está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes.
Outro lado
Em nota, o deputado federal Júnior Mano negou ter “qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.
“Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”, disse em outro trecho.
A CNN entrou em contato com a defesa Carlos Alberto Queiroz Pereira e aguarda posicionamento.