Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, e o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) debateram sobre cortes após derrota do governo na retirada de pauta da MP do IOF Política, CNN Arena, Governo Lula, MP do IOF CNN Brasil
Os deputados federais Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, e Rodrigo Valadares (União-SE) debateram no CNN Arena desta terça-feira (14) sobre se as demissões promovidos pelo governo Lula (PT) em cargos com indicação pelo centrão foi justa ou pode ser considerada chantagem.
Para Lindbergh, a ação foi justa pois, se a pessoa vota contra o governo, ela faz uma opção “de não fazer base, de não fazer parte”.
“Você vota contra essa MP, que era fundamental […] Como você ainda vai querer fazer parte do governo”, questionou o parlamentar, se referindo à derrubada da medida provisória com alternativas à alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Questionado sobre se a tensão entre o governo Lula e o Congresso pode aumentar após os cortes, o líder do PT afirmou: “quem está a favor do governo, quem vota com o governo, vai estar com a gente”.
Já para o deputado Rodrigo Valadares, os cortes promovidos pelo Planalto “refletem o modo do PT de governar”.
“É um programa que tira dinheiro do seu bolso para dar para o governo. Esse projeto atinge o poupador, atinge a previdência privada […] Tiramos o dinheiro do governo para o dinheiro ficar no bolso do cidadão”, disse, sobre a derrubada da MP.
Ao comentar sobre as tensões entre o Executivo e o Congresso, Valadares afirmou que o governo Lula “tem que apresentar bons projetos”, que serão “amplamente aprovados”.
Cortes na Caixa
Na última sexta-feira (10), a Caixa Econômica Federal destituiu ao menos dois nomes ligados ao centrão que ocupavam postos no banco.
Paulo Rodrigo de Lemos Lopes foi destituído da vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa, segundo comunicado do banco ao mercado. Ele era uma indicação de lideranças tradicionais do PL.
Já José Trabulo Junior, que atuava como consultor à presidência do banco, também deixou seu cargo. Ele era ligado ao presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
As saídas acontecem após o governo Lula (PT) ver a MP (Medida Provisória) com alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) perder validade na Câmara. No centrão, o movimento teve especial apoio da federação União Brasil-PP.
A medida era considerada essencial pela equipe econômica do governo federal, pois renderia cerca de R$ 17 bilhões aos cofres federais em 2026, ano eleitoral.
A maioria dos votos para a retirada de pauta foi registrado pelo oposicionista PL (73 votos) e pelas legendas que formam a federação entre União Brasil (46) e PP (40), do centrão.
De olho em 2026, o PP decidiu afastar o ministro do Esporte, André Fufuca, filiado à legenda, de postos partidários após ele se recusar a acatar uma ordem do partido para deixar a Esplanada dos Ministérios.
Celso Sabino (Turismo) também foi afastado de suas funções no União Brasil, até que se conclua o processo disciplinar interno contra ele na sigla. O partido havia emitido ordem para que filiados indicados para qualquer posto no governo federal, mesmo que não fossem no primeiro escalão, deixassem os cargos.
* Sob supervisão de Henrique Sales Barros