Líderes conversaram por quase uma hora, na primeira bilateral presencial agendada entre os mandatários Política, Donald Trump, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) CNN Brasil
Os deputados federais Rogério Correa (PT-MG) e Ricardo Salles (NOVO-SP) debateram no CNN Arena desta segunda-feira (27) sobre o impacto eleitoral no Brasil entre a aproximação do presidente Lula (PT) e o mandatário americano Donald Trump, que se encontraram no último domingo (26) em Kuala Lumpur, capital da Malásia.
Para Salles, eleitoralmente, apenas a reunião entre os dois presidentes por sí só “tem pouco impacto”, e que o Brasil terá resultados se conseguir extrair uma melhoria nas tarifas aplicadas pelos EUA.
“Nós temos que lembrar que o Trump, ele recebe todos os líderes, eventualmente até aqueles que ele quer passar um pito (…) me parece que a reunião por si só, não traz resultado eleitoral”, afirmou o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PL).
Já para Rogério Correa, o presidente Lula fez um “golaço”, com o que chamou de comportamento “de um estadista e de uma liderança mundial”. Para o parlamentar, os Estados Unidos fizeram interferências políticas no Brasil, que “não eram para serem feitas”.
“O Brasil sobreviveu sem ele [Estados Unidos], longe de ter uma crise econômica, o Brasil fez relações com outros países dos Brics, com a China, com a Europa […] E, com isso, nós superamos a deficiência do tarifaço”, afirmou.
Encontro na Malásia
Trump e Lula foram a Kuala Lumpur para participar da 47ª reunião de cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
A reunião foi articulada durante semanas por integrantes dos governos dos dois países, desde que os presidentes se encontraram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro.
Os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros citando, em outros motivos, a situação político-jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de questões comerciais e envolvendo big techs.
Lula disse que as decisões recentes tomadas pelos Estados Unidos contra o Brasil foram “incorretas”.
No entanto, ele disse que estaria disposto a discutir qualquer questão com Trump e também a ajudar os Estados Unidos na questão da Venezuela.
“Eu disse a ele que era extremamente importante levar em conta a experiência do Brasil como o maior país da América do Sul, como o país economicamente mais importante, que tem quase toda a América do Sul como vizinha”, disse Lula.
Durante o encontro, o presidente americano disse que os países devem chegar a um acordo positivo para os dois lados.
* Sob supervisão de Douglas Porto e Henrique Sales Barros

