A decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar para hoje (25/6) o PDL que derruba o decreto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) surpreendeu líderes da Câmara e do Senado, além de integrantes do Palácio do Planalto. Ontem, auxiliares do presidente Lula não haviam sido informados da decisão do parlamentar de pautar um claro enfrentamento do governo.
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Em busca de explicações para a pauta-bomba, líderes na Câmara levantam algumas possibilidades para a decisão de Motta. Uma delas foi o recuo do governo em uma das medidas de corte de gastos incluída na MP para compensar o IOF publicada em 11/6. Com validade imediata, a MP limitou a 30 dias o prazo máximo para benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) concedido por meio da análise documental (Atestmed), sem necessidade de realização de perícia médica física. O prazo anterior era de 180 dias.
Outra das possibilidades levantadas por líderes é que Motta esteja limpando a área para o relatório que Arthur Lira (PP-AL) vai entregar nesta sexta-feira (27/5) sobre o PL 1087/2025 da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Isso porque uma das queixas dos parlamentares era que o IOF e a MOP atrapalhavam as medidas compensatórias que Lira queria usar em seu parecer.
A expectativa de avanço do PDL, se for mesmo votado, é que tenha uma enxurrada de votos, assim como a urgência dele na semana passada, que contou com 346 votos favoráveis e apenas 97 contrários.
O governo começa uma ofensiva no sentido de tentar retirar o tema da pauta de votações sob a alegação de que o assunto não deve ser tratado em votação remota, mas com poucas chances de avançar.