Segundo urologista, embora eles aconteçam juntos na maioria das vezes, tratam-se de mecanismos diferentes Saúde, Saúde do homem, Saúde sexual, Sexo CNN Brasil
Um estudo recente mostrou que 90% dos homens relatam atingir o orgasmo em suas relações sexuais. Mas, embora ocorram juntos muitas vezes, a ejaculação nem sempre é sinônimo de prazer.
De acordo com Rafael Siqueira, urologista e autor de “Tamanho é documento?”, publicado pela Matrix Editora, a ejaculação e o orgasmo acontecem ao mesmo tempo para a maioria das pessoas, mas são diferentes.
“O orgasmo é a sensação, a experiência subjetiva do prazer, enquanto ejaculação é o processo mecânico de emissão do sêmen através da uretra, que acontece através da contração da próstata, vesículas seminais e os músculos perineais”, explica Siqueira à CNN.
Por se tratar de mecanismos diferentes, uma pessoa pode ejacular sem prazer, uma condição chamada anorgasmia. Ela pode acontecer por diversos fatores, desde doenças neurológicas e psiquiátricas, até devido ao uso de alguns medicamentos, como ansiolíticos.
“Isso também pode acontecer com masturbadores compulsivos, que vão perdendo a sensação de prazer ao longo do tempo”, afirma Siqueira.
O contrário também acontece: ter orgasmo sem ejacular
Chegar a um orgasmo sem ejacular é algo comum na urologia, de acordo com o especialista. Isso acontece, principalmente, após cirurgias de retirada de próstata por câncer, já que os ductos ejaculatórios são retirados com a glândula.
Porém, isso pode ocorrer também em casos de ejaculação retrógrada. “O homem até ejacula, mas o sentido da ejaculação não acontece ‘para fora’. Ele acaba acontecendo para a bexiga”, afirma Siqueira. Nesses casos, o sêmen é liberado posteriormente pela urina.
Como reverter esses quadros?
O primeiro passo para conseguir ter um orgasmo ao ejacular é entender que a saúde sexual deve estar alinhada com a saúde física e mental. “Se algo na vida não anda bem, a saúde sexual não estará bem”, diz Siqueira. “Mesmo fatores que aparentemente parecem não ter relação, como problemas financeiros, sobrepeso, noites mal dormidas, ou preocupações com o que quer que seja, devem ser avaliados”, completa.
Por isso, procurar ajuda profissional, seja de um urologista ou, em casos específicos, psicólogo ou psiquiatra, é fundamental nesse processo.
No caso de uso de medicamentos que possam estar interferindo no prazer sexual — como antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos, analgésicos opioides e medicamentos para a próstata –, é importante avaliar junto com o médico que prescreveu o tratamento a possibilidade de fazer alterações na dosagem ou no fármaco utilizado.
