Fazenda organiza na próxima semana encontros de rotina com chineses para tratar de cooperação econômica e financeira, em meio ao acirramento das tensões comerciais com Washington Macroeconomia, China, CNN Brasil Money, Estados Unidos, estilo-cnn-money, Ministério da Fazenda CNN Brasil
O Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Assuntos Internacionais (Sain), organiza na próxima semana dois encontros com representantes do governo chinês em São Paulo. Embora sejam reuniões de rotina, a agenda ocorre em um momento de instabilidade na relação com os Estados Unidos, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na terça-feira (16), será realizado o 2º Fórum de Cooperação Financeira Brasil-China, espaço mais recente de debate sobre crédito, regulação de seguros e mercado de capitais. No dia seguinte (17), acontece a 11ª Reunião da Subcomissão Econômico-Financeira, vinculada à Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), instância tradicional da relação bilateral.
Segundo a Fazenda, não há expectativa de anúncios concretos. A Subcomissão funciona como espaço de debate técnico, enquanto acordos mais substantivos, via de regra, são firmados em nível ministerial ou de chefes de Estado. Ainda assim, o governo não descarta que memorandos de entendimento possam surgir no âmbito das conversas.
A delegação brasileira será liderada pela secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito, enquanto o lado chinês será chefiado pelo vice-ministro de Finanças, Liao Min. Participam também representantes do Itamaraty, Ministério da Agricultura, Casa Civil, BNDES, CVM e Susep, além de bancos chineses como o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) e o Banco de Importação-Exportação da China (Cexim).
A coincidência do calendário com a escalada de tensões entre Brasília e Washington, após declarações do ex-presidente Donald Trump e do secretário do Departamento de Estado, Marco Rubio, reforça o peso simbólico da aproximação com Pequim.
Para o governo, ainda que os encontros não tragam resultados imediatos, eles ajudam a manter a China como parceira estratégica em um momento em que se multiplicam as incertezas sobre as relações com os Estados Unidos.