Lembram, inclusive, que os Estados Unidos já vetaram iniciativas semelhantes para cessar-fogo em Gaza Política, Conselho de Segurança da ONU, Itamaraty, William Waack CNN Brasil
Diplomatas brasileiros creem ser difícil qualquer resolução para um cessar-fogo ser aprovada na reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deste domingo (22) por conta do poder de veto dos Estados Unidos.
O conselho é composto por 15 membros, sendo 10 rotativos e cinco permanentes com poder de veto – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
China, Rússia e Paquistão chegaram a apresentar uma proposta de resolução de cessar-fogo diante da escalada de tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos. No entanto, poucos acreditam que terá sucesso.
Diplomatas brasileiros veem a reunião do Conselho de Segurança como uma espécie de “válvula de escape” para se discutir o assunto e para que os países envolvidos no conflito possam se posicionar. Não descartam que algum outro documento lateral possa ser divulgado. Contudo, não a resolução de cessar-fogo. Lembram, inclusive, que os Estados Unidos já vetaram proposta no mesmo sentido para Gaza.
Na avaliação de diplomatas brasileiros, embora houvesse dúvidas sobre respostas do Irã quanto ao enriquecimento de urânio, não houve caracterização de que estaria desenvolvendo armas nucleares. De concreto, não havia nada que pudessem dizer para cravar esse desenvolvimento, alegam. Para esses diplomatas, eventuais suspeitas têm de ser esclarecidas de outras maneiras.
O Itamaraty divulgou uma nota no início da tarde de domingo, em que é bem claro no posicionamento.
Afirma que o governo brasileiro expressa “uma grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio” e “condena com veemência” os ataques tanto de Israel quanto dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, no que chamam de uma “violação da soberania do Irã e do direito internacional”.
O Itamaraty diz que essas ações “representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis”. Nisso, lembram do risco de exposição à contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala.
Há ainda uma crítica a ataques recíprocos em áreas densamente povoadas, ou seja, com muitas pessoas, especialmente civis. Cita que hospitais são protegidos pelo direito internacional humanitário.
Na nota, por fim, o Itamaraty pede uma solução diplomática que pare com o “ciclo de violência” e abra uma oportunidade para negociações de paz.