O diretor-geral da Polícia Federal afirmou nesta terça-feira (18/11), durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado do Senado, que o esquema de fraudes financeiras envolvendo o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e quatro diretores da instituição pode atingir até R$ 12 bilhões.
“Nessa operação de hoje, a fraude é de R$ 12 bilhões. Eu não sei quanto nós vamos conseguir bloquear. Sei que, já em dinheiro, apreendemos, na residência de um investigado, R$ 1,6 milhão”, afirmou.
Nesta terça, o Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, um dia depois de a Polícia Federal prender Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira, no aeroporto de Guarulhos. Para a PF, Vorcaro estava tentando fugir do país, com destino à Malta. Até o momento, foram cumpridas quatro prisões preventivas e duas temporárias com a apreensão de também diversos carros de luxo, obras de arte e relógios.
Referenciando a operação, o chefe da PF criticou tentativas de equivalência das ações do crime organizado a outras práticas. Rodrigues disse que “a atribuição desenfreada” da prática a “todo e qualquer evento” distorce a realidade e pode “glamorizar o crime organizado” e dificultar seu combate. “É importante botar a bola no chão, separar aquilo que é relevante, o que é importante, para que a gente consiga fazer esse enfrentamento”, completou o chefe da PF.
Nesta terça, a Câmara deve votar o projeto de lei 5582/25, o PL Antifacção. A proposta cria o Marco Legal do Combate ao Crime Organizado e a figura da “facção criminosa”, que não existe na legislação brasileira. Nas primeiras versões do parecer, o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), acrescentou ao seu texto a equiparação dos atos cometidos por integrantes de facções criminosas a terrorismo.
A redação gerou fortes críticas do governo e o recuou do deputado, logo em seguida. Por outro lado, deputados alinhados à direita, em especial do PL, defendem a reinserção do trecho.

