Para ex-presidente da Câmara, “não vai ser fácil” para Tarcísio se desvencilhar da “extrema direita” em uma eventual candidatura presidencial em 2026 Política, Arthur Lira, Michel Temer, Rodrigo Maia CNN Brasil
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia avaliou que foi um erro a centro-direita adotar um “discurso de centro” nos últimos anos, especialmente diante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu grupo político.
“Eu já fui desse discurso do centro. Foi um erro nosso caminhar para um discurso do centro. Nós não somos extrema direita, mas nós somos políticos de direita“, afirmou Maia, nesta terça-feira (22).
A declaração de Rodrigo Maia – que, atualmente, é presidente da Fin (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) – ocorreu durante painel em um evento do BTG Pactual, em São Paulo, ao lado do ex-presidente da República Michel Temer (MDB) e do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), também ex-presidentes da Câmara.
“Acho que o Arthur é um político de direita, a agenda do presidente Michel Temer à frente da Presidência da República foi de direita e a minha, naquilo que acreditei na presidência da Câmara, é a de um político visto no cenário ideológico como de alguém que acredita mais nesse campo da centro-direita”, acrescentou Maia.
Durante o painel, Maia repetiu críticas ao bolsonarismo, afirmando que, graças a uma “estratégia desorganizada”, com defesa de sanções americanas contra o Brasil e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o atrelamento do PL (Projeto de Lei) da Anistia à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, a oposição foi “competente para ressuscitar” o governo do presidente Lula (PT).
“O Lula voltou para o jogo graças à estratégia desorganizada e sem projeto da oposição, da extrema direita”, declarou.
“O que espero é ver um processo eleitoral no ano que vem onde a direita dispute com a esquerda; e que a extrema direita possa participar – mas os extremos são sempre minoritários”, acrescentou.
Conjecturando sobre a eleição presidencial de 2026, Maia avaliou que há “naturalidade” para uma candidatura à reeleição de Lula e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Se esse for o processo que se avizinha na frente, o Brasil estará em boas mãos em 2026”, afirmou, se referindo tanto a Lula – “representa governos exitosos do passado e o que ele vem reproduzindo dos anteriores” -, como a Tarcísio – “traz o apoio de muita gente, […] dos principais partidos do campo da direita”.
“Mas, não é fácil”, acrescentou o ex-presidente da Câmara em relação a Tarcísio. “Essa extrema direita vai puxá-lo para a rejeição que o Bolsonaro tem e, se puxá-lo, ele fica inviável”, concluiu.