Pesquisa aponta que o transtorno de personalidade borderline é tão prevalente quanto o transtorno bipolar e a esquizofrenia, atingindo de 1% a 3% da população Saúde, -transcricao-de-videos-, CNN Sinais Vitais, pesquisa, saude, Saúde mental, Sinais Vitais CNN Brasil
Um estudo recente revelou que o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) afeta entre 1% e 3% da população mundial, colocando-o no mesmo patamar de prevalência de outras condições psiquiátricas conhecidas, como o transtorno bipolar e a esquizofrenia.
Segundo explicaram os psiquiatras Eduardo Martinho e Erlei Sassi, ambos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, durante o CNN Sinais Vitais, essa estatística se aplica também ao Brasil, onde até recentemente havia escassez de dados sobre a condição.
Características e desafios do diagnóstico
O transtorno borderline é caracterizado por sintomas como medo intenso do abandono, explosões de raiva e variações bruscas de humor. A subjetividade desses sintomas pode tornar o diagnóstico um desafio para os profissionais de saúde mental.
Nos hospitais psiquiátricos, a prevalência do TPB é ainda maior, com 15% a 20% dos pacientes atendidos recebendo esse diagnóstico. Nas internações psiquiátricas, o número chega a impressionantes 30% dos casos.
Diferenças de gênero na busca por tratamento
Enquanto nos Estados Unidos a proporção de homens e mulheres com TPB é equilibrada, no Brasil, as mulheres ainda são maioria na busca por atendimento. Segundo os especialistas, para cada três pacientes diagnosticados no país, dois são do sexo feminino.
Os psiquiatras alertam que essa disparidade pode não refletir a real distribuição do transtorno, mas sim uma tendência de comportamento. Homens com TPB podem estar subdiagnosticados ou, em casos extremos, envolvidos em situações de risco que os afastam do sistema de saúde.
A pesquisa destaca a necessidade de mais recursos para o estudo e tratamento do transtorno borderline, considerando sua alta prevalência e impacto na vida dos pacientes e seus familiares. O reconhecimento precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por essa condição.