Especialistas alertam sobre a diferença entre manias comuns e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, destacando a importância do diagnóstico correto Saúde, -transcricao-de-videos-, CNN Sinais Vitais, saude, Saúde mental CNN Brasil
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é frequentemente confundido com simples manias do dia a dia, mas seus impactos na vida de quem o possui vão muito além. Esta é a mensagem central discutida no programa CNN Sinais Vitais, que contou com a participação de Euripedes Constantino Miguel, professor titular de Psiquiatria da USP, e a psicóloga Priscila Chacon.
Os especialistas ressaltam que, embora muitas pessoas possam se identificar com comportamentos como alinhar chinelos antes de dormir ou manter portas de armários fechadas, o que diferencia esses hábitos do TOC é a frequência, a duração e, principalmente, o grau de sofrimento e prejuízo que causam no cotidiano.
Sintomas comuns x TOC
Euripedes Miguel explica que é difícil encontrar alguém que não apresente nenhum sintoma que possa ser associado ao TOC. No entanto, o que caracteriza o transtorno é a intensidade com que esses comportamentos afetam a vida da pessoa. “O que vai diferenciar é a frequência, o quanto tempo isso está presente no dia a dia, e o quanto prejudica dor e sofrimento”, afirma o psiquiatra.
Um exemplo citado durante o programa foi o medo de dormir no escuro, comum em crianças. Enquanto para muitos isso pode ser apenas uma fase passageira, para pessoas com TOC, esse medo pode persistir na idade adulta e causar significativo desconforto.
Subdiagnóstico e adaptação
Os especialistas também alertam para o risco de subdiagnóstico do TOC. Muitas pessoas não relatam seus sintomas por vergonha ou por terem se adaptado a eles ao longo do tempo. “Muitas pessoas não relatam seus sintomas por vergonha, então como é uma entrevista clínica, pode ser que a gente não esteja captando e nem tenha a compreensão mais clara do que é o TOC”, explica Miguel.
Priscila Chacon complementa que alguns indivíduos podem não reconhecer seus comportamentos como sintomas do TOC por estarem habituados a eles desde a infância. “Esse sintoma que você tem que fazer desde criança, talvez não você referir como um TOC, se a gente não tivesse aqui fazendo você refletir a respeito”, pondera a psicóloga.
A discussão ressalta a importância de uma avaliação profissional para distinguir entre hábitos inofensivos e sintomas que podem indicar um transtorno mais sério. O TOC, quando não tratado adequadamente, pode impactar significativamente a qualidade de vida, afetando relacionamentos, desempenho profissional e bem-estar geral do indivíduo.