Especialistas explicam que, com acompanhamento médico e parâmetros adequados, pacientes com a condição podem realizar atividades físicas de forma segura Saúde, -transcricao-de-videos-, CNN Sinais Vitais, Exercícios físicos, saude CNN Brasil
A prática de exercícios físicos por pessoas com miocardiopatia hipertrófica, uma condição causada geralmente por um defeito genético hereditário, tem sido tema de debates na comunidade médica.
No CNN Sinais Vitais desta semana, os especialistas Fábio Fernandes, diretor do grupo de Miocardiopatias do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), e Otávio Rizzi Filho, professor de cardiologia da Universidade de Campinas (Unicamp), indicam que, com o avanço da medicina, é possível estabelecer parâmetros seguros para a realização de atividades físicas.
A condição, caracterizada pelo espessamento e rigidez das paredes dos ventrículos que prejudicam o relaxamento adequado das câmaras cardíacas para o preenchimento de sangue, foi inicialmente descrita em 1958. Na época, dos oito casos estudados, sete resultaram em mortes súbitas durante a prática de exercícios, o que gerou grande receio na comunidade médica.
Evolução no tratamento
Atualmente, a cardiologia adota uma abordagem mais permissiva em relação aos exercícios, desde que sejam realizados com segurança e supervisão adequada. A ergoespirometria é um dos métodos utilizados para definir limiares de frequência cardíaca específicos para cada tipo de atividade.
Os especialistas alertam que a falta total de exercícios pode agravar a condição dos pacientes, pois pode levar ao desenvolvimento de síndrome metabólica, hipertensão e diabetes. Essas comorbidades podem piorar o prognóstico e aumentar a hipertrofia em pacientes com miocardiopatia hipertrófica.
Para garantir a segurança, é fundamental que cada caso seja avaliado individualmente. Pacientes com histórico de obstrução, fatores de risco ou morte súbita na família devem realizar exercícios em zonas de conforto mais controladas. Já aqueles sem esses fatores de risco podem ser liberados para atividades de intensidade um pouco maior, sempre com orientação profissional.

