Parlamentar diz que tenta resolver por “vias diplomáticas” a situação, mas cita “transfobia” e “desrespeito à soberania do Brasil”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Duda Salabert diz que também foi avisada de que visto virá como “masculino” no site CNN Brasil. Política, -agencia-cnn-, Donald Trump, Duda Salabert, Erika Hilton CNN Brasil
Depois de a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciar que a identidade de gênero em seu visto dos Estados Unidos será alterada para “masculino”, a também parlamentar Duda Salabert (PDT-MG) foi às redes sociais para dizer que passou pelo mesmo há 15 dias.
“Na semana passada, fui também informada pelo governo Trump de que meu visto virá masculino”, disse a parlamentar, que é uma mulher trans.
Salabert tinha sido convidada para participar de um curso sobre desenvolvimento em primeira infância, em parceria com a Universidade de Harvard. O visto antigo estava vencido, por isso sua assessoria entrou com o pedido de renovação.
“Para minha surpresa — e revolta –, fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como masculino, com a ‘justificativa’ de que é de conhecimento público no Brasil que sou uma pessoa trans. Ou seja, minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada”, continuou.
Na semana passada, fui também informada pelo governo Trump de que meu visto virá MASCULINO.
Há cerca de 15 dias, fui convidada por uma organização internacional para um curso sobre desenvolvimento em primeira infância, em parceria com a Universidade de Harvard. Com o visto… pic.twitter.com/gD60Z45HPE
— Duda Salabert (@DudaSalabert) April 16, 2025
Salabert diz estar tentando resolver a situação “por vias diplomáticas”, pedindo respeito à sua identidade e documentos oficiais.
“Essa situação é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos. Tenho confiança de que o Itamaraty se posicionará com firmeza, pois esse ataque não é só contra mim e Erika Hilton. É uma afronta a todos os brasileiros e brasileiras que acreditam na dignidade, no reconhecimento e no direito de existir plenamente”, completou a deputada.
A CNN entrou com contato com a Embaixada dos Estados Unidos e aguarda retorno.
Mais cedo, em resposta à Erika Hilton, a embaixada do país norte-americano afirmou que, “de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento“.
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