Para o banco, cenário combina política fiscal frouxa com política monetária apertada, o que tende a fragilizar a moeda no futuro Macroeconomia, -agencia-estado-, CNN Brasil Money, economia brasileira, Goldman Sachs, Política monetária CNN Brasil
O Goldman Sachs alertou nesta sexta-feira (18) em relatório que a economia brasileira está “fora de sincronia” e exige um ajuste fiscal permanente para evitar desequilíbrios domésticos e externos.
“Nos últimos anos, o macro brasileiro tem se desviado gradualmente tanto do equilíbrio interno quanto externo: inflação alta acima da meta, expectativas de inflação desancoradas, aumento da dívida pública e erosão do saldo em conta corrente”, afirma um trecho do relatório.
Segundo o banco, esse cenário combina política fiscal frouxa com política monetária apertada, o que fortalece o real no curto prazo, mas tende a fragilizar a moeda mais adiante.
De acordo com o documento, somente o aperto dos juros não será capaz de recolocar a inflação na meta nem de conter o déficit em transações correntes.
A instituição ressalta que “será necessário muito mais do que apenas o aperto da política monetária para garantir simultaneamente baixa inflação e equilíbrio externo.”
Na avaliação do Goldman, o remédio passa por um “grande e permanente ajuste fiscal estrutural”, que reduza a absorção doméstica, contenha a alta de preços e mantenha o déficit externo em nível sustentável.
Esse mix de medidas, afirma o relatório, resolveria o chamado problema de atribuição ótima entre política monetária e fiscal descrito por Robert Mundell (1962).
Enquanto o governo não sinaliza cortes de gastos ou aumento de receitas capazes de gerar superávits primários, o ônus recai sobre o Banco Central, afirmam os economistas.
Porém, adverte o documento, “taxas reais altas são indiscutivelmente necessárias no curto prazo, mas não são o remédio que curará a economia no médio prazo se o equilíbrio fiscal não se deslocar para superávits primários estruturais.”
A incerteza sobre quando e como ocorrerá a consolidação das contas públicas mantém elevado o prêmio de risco nos títulos de médio e longo prazo, ressalta o Goldman.
Até que haja clareza sobre a trajetória fiscal, os investidores devem continuar exigindo retorno maior para financiar o Tesouro.
*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
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