Ministro do STF destaca proximidade da casa do ex-presidente com a Embaixada dos Estados Unidos e rascunho de pedido de asilo político na Argentina Política, Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro, Policiamento CNN Brasil
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes solicitou, na tarde desta terça-feira (26), reforço no policiamento da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No pedido, Moraes destacou requerimento do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que apontou a proximidade geográfica entre a residência do ex-presidente e a Embaixada dos Estados Unidos.
“A obtenção de informações sobre um plano de fuga, somada à proximidade geográfica e à conjuntura política e investigativa, indica a necessidade de reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial do investigado”, afirmou o parlamentar no requerimento citado.
A residência de Bolsonaro fica a cerca de dez minutos da Embaixada dos EUA, em Brasília. O ofício menciona que o ex-presidente poderia tentar entrar na representação diplomática norte-americana e, posteriormente, solicitar asilo político ao país.
Dessa forma, decisões judiciais brasileiras ou eventuais mandados de prisão contra Bolsonaro não poderiam ser cumpridos no local sem autorização do governo dos EUA.
“Tal circunstância poderia frustrar o cumprimento da ordem judicial e comprometer a aplicação da lei penal”, afirmou a Polícia Federal no documento.
Moraes também destacou o rascunho de um pedido de asilo político na Argentina, prova obtida pela PF. No documento, Bolsonaro solicita ao presidente Javier Milei refúgio em caráter de urgência.
A determinação do ministro atende a pedidos do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e a manifestação favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).
De acordo com o despacho, Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal faça o monitoramento em tempo integral da tornozeleira eletrônica do ex-presidente e designe uma equipe policial “para monitoramento em tempo real do endereço residencial do réu”.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Além disso, utiliza tornozeleira eletrônica desde julho e está proibido de usar telefone celular ou receber visitas sem autorização judicial, exceto de advogados e familiares.
*Sob supervisão de Fernanda Torres