Professores de sete disciplinas dão dicas sobre o que priorizar a menos de cinco meses do exame Educação, Enem, Estudos, Vestibular CNN Brasil
Os dias das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2025 estão cada vez mais próximos: 9 e 16 de novembro, com exceção das cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, que farão a aplicação em 30 de novembro e 7 de dezembro.
Com isso, estudantes de todo o Brasil estão se dedicando a montar um cronograma de estudos que dê conta de revisar todo o conteúdo cobrado pelo exame.
Renato Coimbra Frias, coordenador do Ensino Médio da Escola Eleva Urca, montou com sua equipe de docentes uma espécie de guia básico de preparação para o Enem. Ele afirma que, de modo geral, os professores recomendam dividir o período de estudos em três etapas: compreensão teórica, sistematização e aprofundamento, com foco na resolução de questões e simulados.
“No planejamento, devem ser priorizados os temas mais recorrentes de cada área nos últimos anos, com atenção especial à leitura crítica, interpretação de textos e gráficos, e ao desenvolvimento da argumentação”, comenta.
Confira as dicas:
Português
“Em primeiro lugar, foque em entender os conteúdos principais: tipos de texto, funções da linguagem, leitura crítica da mídia, estrutura da dissertação e principais autores literários. Depois, passe a revisar com mais frequência e a resolver questões por habilidade da matriz do Enem”, sugere o professor Roberto Lota.
Nos últimos dois meses, o foco deve ser revisar conteúdos-chave com base em erros frequentes, refinar a leitura crítica e simular a prova completa, controlando tempo e estratégias de leitura. O ideal seria o equilíbrio: duas horas semanais para leitura teórica e resolução de exercícios, mais uma hora para leitura literária e interpretação.
Matemática
De acordo com o professor Sandro Davison, o aluno deve priorizar os assuntos que mais aparecem na prova. “Não faz sentido, por exemplo, estudar a função modular, que apareceu apenas uma vez desde 2009, com o mesmo grau de importância da função afim, presente em todas as edições”, comenta.
Davison reforça que o Enem é uma prova bastante visual, então são recorrentes questões envolvendo porcentagem, grandezas diretamente proporcionais e grandezas inversamente proporcionais em conexão com a interpretação de gráficos e tabelas. “Vale lembrar que ao acertar questões que exigem habilidades mais simples, o aluno aumenta seu nível de coerência, aspecto que pesa mais no Enem do que o número total de acertos”, avisa.
Geografia
Segundo o professor João Felipe, como a prova de Humanas valoriza muito habilidades e competências, o ideal é que o candidato faça baterias de exercícios de provas anteriores. Essa estratégia contribui para melhorar a capacidade de interpretação e apontar possíveis falhas de conhecimento em alguns dos assuntos.
Ele diz que um ponto de atenção é a parte de geografia física — relevo, clima, vegetação e recursos hídricos, entre outros tópicos — que não apareceu com tanta intensidade nos últimos quatro anos, mas que tem potencial para criar problemas para os menos preparados.
“Sugiro que os candidatos olhem as provas do Enem de 2017, 2018 e 2019, que tiveram nível de dificuldade em Humanas mais elevado, e a partir das questões conduzam uma revisão valorizando os conteúdos de maior dificuldade”, recomenda.
História
“A melhor forma de organizar os estudos é ter um documento de anotações separado por temas. Acredito ainda que a revisão dos conteúdos a partir de livros didáticos e de fichamentos em formatos de slides com apresentações compartilhadas entre amigos e familiares podem ser estratégias de fixação da matéria”, aponta a professora Cecília Oliveira.
Cecília sugere escutar podcasts como “Presidente da semana” e “História FM” para complementar os estudos. Ler autores de literatura brasileira que falam sobre História, como Conceição Evaristo, Giovani Martins e Cuti, também é uma boa forma de estudar. “O aprofundamento dos tópicos pode vir a partir de livros e vídeos dos historiadores Eric Hobsbawm, Bóris Fausto, Lilia Schwarcz e Angela de Castro Gomes”, completa.
Biologia
Para o professor Bruno Terra, o aluno deve montar um cronograma equilibrado que intercale teoria, resolução de questões e revisão. O ideal é priorizar os temas mais cobrados, mas sem negligenciar os demais.
“Uma sugestão é usar ciclos de estudo por áreas, como estudar conteúdos afins na mesma semana. Por exemplo, bioquímica e citologia ou genética e biotecnologia. E é fundamental manter o ritmo. Estudar menos horas, mas com constância, é mais eficaz do que grandes maratonas esporádicas. Por fim, simular a prova com regularidade ajuda tanto na retenção do conteúdo quanto na gestão emocional”, explica.
Física
O professor Bruno Fernandes propõe dividir o período até o Enem em três etapas para otimizar os estudos na reta final. “Nos primeiros dois meses, o aluno deve focar em construir a base teórica e matemática necessária. Nos meses seguintes, ele deve se concentrar nos temas de maior incidência e resolver uma boa quantidade de exercícios no estilo das questões do Enem, ou seja, questões contextualizadas. E, na reta final, o aluno deve focar no aprofundamento de assuntos-chave e mais complexos, além da resolução de simulados”, diz.
A frequência do estudo de Física deve ser de dois a três dias por semana. Segundo Fernandes, o aluno deve gastar cerca de 40% do tempo aprendendo a teoria e os outros 60% devem ser gastos na resolução de exercícios (preferencialmente, questões que já caíram em provas anteriores do Enem sobre o assunto estudado).
É importante também que o aluno revise, semanalmente, os tópicos estudados e mantenha um caderno com os erros cometidos na resolução das questões. Além disso, o aluno deve entender como é uma questão do Enem, na qual a interpretação do texto e a análise de gráficos e tabelas são essenciais.
Química
“Pensando em uma preparação de quatro meses, uma boa estratégia é buscar refazer as provas anteriores, mas não focar apenas na resolução de cada questão. É importante procurar estudar a parte teórica envolvida nas questões resolvidas. Para isso, deve organizar um plano de estudos realista e exequível, capaz de cobrir os principais tópicos já citados”, recomenda o professor Eduardo Campos.
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