Mark Rutte, secretário-geral da Otan, faz analogia ao comentar postura do presidente dos EUA sobre troca de ataques entre Israel e Irã Internacional, -transcricao-de-videos-, Donald Trump, Estados Unidos, Europa, Fora da Ordem, Irã, Israel, Mark Rutte, OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) CNN Brasil
O secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental, Mark Rutte, fez uma analogia inusitada nesta semana ao comentar a postura de Donald Trump em relação à recente troca de ataques entre Israel e Irã.
Rutte comparou o ex-presidente dos Estados Unidos a um “papai” intervindo em uma briga de pátio de escola.
A declaração foi feita em resposta a um comentário de Trump sobre o conflito.
O presidente americano disse: “Eles [Israel e Irã] tiveram uma briga feia, como duas crianças no pátio da escola. Sabe, eles brigam muito, você não consegue pará-los. Deixe-os brigar por uns 2 ou 3 minutos, depois é fácil pará-los”.
Rutte, então, acrescentou: “E então o papai às vezes tem que usar linguagem forte para fazê-los parar”.
Horas depois, o chefe da aliança explicou que usou a palavra “papai” porque às vezes ouve líderes de países da Europa questionando se os EUA permanecerão na Otan.
“A questão do pai, eu não o chamei [Donald Trump] de papai, o que eu disse é que às vezes, na Europa, ouço países dizendo: ‘Ei, Mark, os EUA vão ficar com a gente?’. E eu disse, isso soa um pouco como uma criança pequena perguntando ao pai: ‘Ei, você ainda vai ficar com a família?’”, comentou.
“Então, nesse sentido, eu uso papai, não que eu estivesse chamando o presidente Trump de papai”, adicionou.
A fala do chefe da aliança militar ocidental ocorreu durante uma cúpula da Otan, que contou com a participação de Trump.
O evento foi marcado por discussões importantes, incluindo a decisão de elevar o percentual de investimento em defesa dos países-membro para 5% do PIB até 2035.
Aumento nos investimentos em defesa da Otan
Américo Martins, analista sênior da CNN em Londres, destacou que 31 dos 32 países integrantes da Otan concordaram com o aumento nos gastos em defesa, mas ressaltou que a implementação pode enfrentar desafios significativos.
Martins explicou que, historicamente, os países europeus têm dependido excessivamente dos Estados Unidos para sua segurança, priorizando investimentos em bem-estar social.
No entanto, eventos recentes, como as ações da Rússia, têm forçado uma reavaliação dessa estratégia.
O analista também abordou as motivações de Trump por trás da pressão por maiores investimentos em defesa, sugerindo que o presidente dos Estados Unidos vê isso como uma oportunidade para impulsionar as vendas de armamentos americanos.
Atualmente, segundo destacou Américo, nenhum país da Otan investe 5% do PIB em defesa, com a Polônia liderando com pouco mais de 4%.
Por fim, ele alertou para os desafios financeiros que os países europeus enfrentarão para atingir essa meta, possivelmente levando a cortes em programas sociais, como já se observa no Reino Unido.

